A abertura da economia brasileira, na contramão do aumento do protecionismo global, está preocupando o presidente da Usiminas, Sergio Leite de Andrade. Ele afirma que a siderurgia brasileira já tem sido prejudicada pela guerra comercial entre Estados Unidos e China, e que a liberalização sem controle pode ser arriscada. “O mercado brasileiro de aço defende o liberalismo econômico. Somos contra o protecionismo e buscamos relações comerciais equilibradas e isonômicas, mas não podemos ser liberais num mundo protecionista”, afirma o executivo. “Precisamos agir em consonância com essa realidade e reduzir ou até mesmo eliminar as assimetrias de competitividade que tanto atrapalham a evolução do nosso mercado.”

No ano passado, as importações de aço chinês atingiram 7,3 milhões de toneladas na América Latina, puxadas pelos preços bem abaixo da média do mercado brasileiro. Para este ano, as projeções são de um crescimento de 4,2% nesse total. Das 66 ações antidumping ou de salvaguardas existentes atualmente no setor do aço na América Latina, 42 são contra a China. Essas questões serão apresentadas e debatidas pelo presidente da Usiminas no Congresso Latino-Americano do Aço, entre 11 e 13 de novembro, em Buenos Aires. Realizado pela Associação Latino-Americana do Aço (Alacero), o evento receberá também Gustavo Werneck, CEO da Gerdau, e Jefferson de Paula, CEO da ArcelorMittal Long Carbon Americas. A ideia é buscar uma agenda para o aço brasileiro e latino-americano em meio ao atual cenário global do setor.

(Nota publicada na Edição 1146 da Revista Dinheiro)