Franz Beckenbauer está com as emoções divididas. Presidente do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, o
ex-craque está comemorando previamente o sucesso daquela
que poderá ser o mais lucrativo evento esportivo de todos os tempos. As obras nos estádios, orçadas em US$ 1,5 bilhões, estão andando com pontualidade germânica e as 15 cotas de patrocínio da FIFA, de US$ 40 milhões cada, já foram vendidas. ?Nunca se viu tamanho sucesso financeiro?, comemora Beckenbauer. Entre patrocínio, merchandising e direitos de transmissão de TV, a FIFA poderá faturar sozinha US$ 2 bilhões.

Mas o Kaiser Franz anda desgostoso com um pequeno detalhe. Somente três dos 15 patrocinadores são alemães ? Adidas,
Deutsche Telekom e a fábrica de pneus Continental. A Lufthansa,
por exemplo, ficou de fora, assim como a Mercedes Benz, preterida pela coreana Hyundai.

DINHEIRO ? Em que pé estão os acordo com os patrocinadores?
BECKENBAUER
? Para a FIFA está excelente. As 15 cotas de patrocínio da entidade já foram fechadas. E há ainda seis cotas lo cais que estamos negociando.

Como está a movimentação das empresas alemãs
para o evento?
Esta é única questão que não me deixou satisfeito. Grandes firmas como a Siemens, Mercedes e Lufthansa ficaram de fora. Deixaram escapar a chance de se representarem no seu próprio país. Mas não houve apoio nem de forma indireta? Indiretamente, sim. A seleção da Alemanha, por exemplo, vai utilizar toda a estrutura do excelente estádio do Bayer Leverkusen, que pertence a Bayer. Ainda assim, eu esperava maior interesse nos patrocínios oficiais.

Quem é o campeão de investimentos na Copa?
As empresas descobriram que não existe melhor negócio do que investir em esporte. Budweiser, Coca-Cola, Gillette e McDonald’s, por exemplo, compraram cotas. Mas foi a MasterCard que fechou o maior contrato de patrocínio da história do futebol. Vai financiar cinco eventos até 2006: a Copa da Alemanha, a Libertadores das Américas deste ano, a Copa América e a Eurocopa de 2004, além e três campeonatos da Liga dos Campeões da Europa.

Como estão as obras de infra-estrutura para a Copa?
Já começou a reforma dos estádios de futebol que abrigarão os jogos. Dois deles já estão prontos. Em Gelsenkirchen, o Arena AufSchalke, com teto e gramado móveis, é um dos mais modernos do mundo. Em Hamburgo, o antigo Volksparkstadion já foi reformado e agora se chama AOL Arena. Também já começamos as obras de reforma dos estádios de Berlim e de Frankfurt.

Haverá algum estádio completamente novo?
Em Munique, já teve início em outubro último a construção
de um estádio completamente novo. É a maior de todas as obras, orçada em US$ 280 milhões.