O bilionário Fundo Amazônia pode estar com os dias contados. Os governos da Alemanha e da Noruega, principais mantenedores do projeto, não estão de acordo com alteração para o repasse das verbas do fundo sugeridas pelo ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles. Hoje, de R$ 1,860 bilhão que é destinado ao apoio de projetos contra o desmatamento, R$ 1,113 bilhão vai para iniciativas realizadas com a União, os estados e municípios. Salles, no entanto, pretende usar os recursos geridos pelo BNDES para pagar indenizações a donos de propriedades privadas dentro de unidades de conservação. Em meio às incertezas, a Alemanha reteve, na quarta-feira 3, uma doação equivalente a R$ 151 milhões ao Fundo Amazônia. A Noruega, que já repassou R$ 3,396 bilhões ao programa desde 2008, manifestou interesse em manter os subsídios, desde que o foco continue voltado ao controle do desmatamento na floresta. Entre agosto de 2018 e junho deste ano, o desmatamento na região amazônica atingiu uma área total de 4.565 km², avanço de 15% em relação ao volume verificado nos doze meses anteriores. O acesso aos recursos do fundo está atrelado a metas de controle do desmatamento.

(Nota publicada na Edição 1128 da Revista Dinheiro)