O governador Geraldo Alckmin (PSDB) escolheu o economista Persio Arida para ser o coordenador econômico da sua campanha presidencial. A expectativa é que o anúncio oficial e os detalhes do trabalho de Arida – um dos pais do Plano Real – sejam conhecidos nesta semana. Eles se aproximaram em outubro do ano passado para trocar idéias sobre uma agenda comum. Devem se unir a Arida na empreitada Roberto Gianetti da Fonseca e Yoshiaki Nakano, ambos da FGV-SP, e José Roberto Mendonça de Barros, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda. Na semana passada, Alckmin cumpriu agenda partidária em Brasília e disse que emprego e renda serão os pontos centrais da sua campanha. Para não deixar dúvidas, o governador paulista afirmou que juro baixo e câmbio flutuante serão medidas prioritárias de sua gestão.

A decisão de Alckmin coincide com a saída de Arida do BTG Pactual. Em maio do ano passado, o economista comunicou que estava deixando a sociedade e que venderia suas ações nos meses seguintes para se dedicar a “interesses intelectuais”. Em dezembro de 2015, quando o banqueiro André Esteves foi preso pela Polícia Federal, Persio assumiu a presidência do conselho do banco e teve papel fundamental para acalmar os investidores e evitar que a desconfiança sobre a liquidez da instituição provocasse uma debandada de clientes. Sua reputação internacional e as passagens pela presidência do Banco Central ajudou o BTG a sobreviver à crise.

São essas credenciais que fazem Alckmin acreditar que o economista consiga ajudá-lo na aglutinação do PSDB. Sua candidatura ainda é vista com desconfiança até pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. “O Geraldo tem história. Será que ele é o melhor brasileiro para ser presidente? Talvez não”, disse FHC, em recente entrevista à ISTOÉ . “Mas se o Geraldo demonstrar que ele abre um espaço de esperança consistente com o comportamentre dele, ele tem possibilidade de avançar.” Segundo o Datafolha, Alckmin tem entre 6% e 12% das intenções de voto, dependendo do cenário de disputa. Seu governo é aprovado por 34% dos paulistas. Arida tem a missão de ajudar Alckmin a decolar dentro e fora da sigla.