Nos seus estoques, a maior operação de comércio eletrônico do planeta, a loja americana Amazon, reúne 18 milhões de itens. São 23 milhões de pessoas só nos Estados Unidos que a cada mês entram no endereço em busca de algum CD, DVD, brinquedo, eletrônico ou até mesmo jóias. Diante dessa magnitude era natural que a Amazon tentasse organizar a confusão desenvolvendo uma tecnologia para facilitar as buscas nas suas páginas, principalmente no conteúdo de livros. Foi essa a impressão transmitida no início do ano quando a companhia lançou a subsidiária A9. Há duas semanas houve uma mudança de rota. A Amazon anunciou sua entrada no mundo dos serviços de buscas como o Yahoo! e o Google. A A9 apresentou seu próprio buscador na internet que, além de servir aos propósitos iniciais, funciona como um grande entreposto de dados de diversas fontes incluindo imagens, dados sobre filmes e dicas na internet. ?Não é simplesmente um serviço de busca. É um gerenciador de informações que oferecemos para quem acessa a rede?, afirmou o presidente da A9, Udi Manber, ex-diretor de tecnologia do Yahoo!.

O A9 introduz novidades no mundo dos buscadores de informações de internet. A principal delas é a chance do usuário de montar um arquivo on-line das páginas visitadas, algo que só é possível fazer hoje na lista de favoritos dos PCs. Há outras particularidades em torno do serviço da Amazon, mas o que chamou a atenção foi a decisão estratégica da companhia de Jeff Bezos de entrar na guerra dos serviços que já tem como competidores Google, Yahoo!, Ask Jeeves e a própria Microsoft, que vai introduzir esse recurso dentro da próxima versão do Windows. ?Estamos iniciando outra era entre os mecanismos de busca da rede?, afirma Bertier Ribeiro, diretor da brasileira Akwan, que também desenvolve tecnologia semelhante para clientes no País e no exterior. Ribeiro fala que daqui em diante a tendência desses serviços será a especialização, com a chegada ao mercado de produtos voltados para setores como esportes, notícias ou economia. A operação da Amazon pode ser o primeiro passo para garantir que o A9 seja no futuro o Google do comércio eletrônico, a porta de entrada dos consumidores virtuais à procura de produtos nas lojas espalhadas pela rede.

18 milhões é a quantidade de itens no estoque da Amazon