Uma história de apenas seis anos, mas que já se tornou tradição. Na semana que antecede a Páscoa, Alê Costa, fundador da Cacau Show, promove um leilão de ovos de Páscoa em um grupo de WhatsApp composto por 256 amigos ilustres. Na primeira edição, ainda na década passada, levantou R$ 150 mil, tendo como destaque um ovo de 700 kg. A ação teve o ápice este ano com a arrecadação de R$ 1,25 milhão após o leilão de um ovo de 700 kg, além de 70 unidades de 7 kg e outras sete de 70 kg. O montante será repassado ao Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (Graacc), juntamente de outros R$ 5,75 milhões em doações efetuadas por ele e por outros gestores no Brasil.

A proposta inicial do empresário era arrecadar R$ 1 milhão com o leilão. “O que já é um ótimo valor para você levantar em 24 horas”, disse Costa, que também ocupa o posto de vice-chairman do Graacc. Mas ao tomar café com o amigo Eli Horn (fundador da Cyrela) foi convidado a participar de outra iniciativa em prol da entidade: arrecadar R$ 7 milhões para ampliar a estrutura de atendimento do Graacc, que tem instalações na capital paulista e em Botucatu (SP). Aceitou e resolveu chamar ainda os empresários Sérgio Zimerman (CEO e fundador da Petz), Daniel Castanho (presidente do conselho do grupo Ânima) e Guilherme Leal (copresidente do conselho de administração da Natura).

O montante será utilizado para a implantação de nove UTIs e dez leitos em instalações da entidade que atende 30 mil crianças de todo o País. São 4 mil novos casos por ano. “As chances de cura superam os 70%”, disse o fundador da Cacau Show. Maior rede de chocolates finos do mundo, tem 2,9 mil unidades no Brasil e pretende abrir outras 1 mil este ano. O faturamento no ano passado atingiu R$ 2,9 bilhões. E pretende crescer 30% este ano.

DOAÇÃO Além do leilão, a empresa colocou em prática outra ação que se tornou anual desde a chegada da pandemia. Diante das regras de restrição de circulação e distanciamento social, a Cacau Show doou, em 2020 e 2021, 1 milhão de ovos que seriam comercializados nas lojas. “Nosso retorno humano de felicidade foi tão grande que este ano, mesmo com as lojas abertas, fabricamos os ovos com o objetivo de fazer a doação”, afirmou Costa.

O investimento na ação chega a R$ 20 milhões. Serão atendidas 4.433 instituições pelo Brasil, inclusive em aldeias indígenas na Amazônia. “É um efeito colateral da pandemia. Acabamos fazendo isso pela dor e agora estamos fazendo pelo amor”, afirmou o executivo.