No final deste mês, uma turnê de R$ 8 milhões do circo internacional Tihany Spetacular, uma espécie de Cirque du Soleil popular, estreará no Brasil. Não será no Rio de Janeiro nem em São Paulo. 

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Sérgio Waib, CEO da maior entretenimento

O local escolhido para o lançamento de uma jornada de cinco meses de apresentações será em Boa Vista, capital de Roraima. De lá, segue para Manaus, Belém, Fortaleza e outras cidades do País, carentes de eventos de qualidade. Esse tipo de empreendimento é a fronteira na qual aposta a Maior Entretenimento, uma empresa do Grupo ABC, que tem à sua frente o empresário Sérgio Waib. 

 

Até muito pouco tempo atrás, raros patrocinadores apostariam no sucesso de um show desse porte em locais tão distantes dos grandes centros urbanos e do eixo Sul-Sudeste. O universo dos grandes eventos se dividia em dois extremos: os espetáculos gratuitos realizados em locais públicos que atraíam milhares de pessoas e os shows internacionais voltados para o público mais endinheirado.

 

A Maior aposta no caminho intermediário promovendo eventos para a classe média emergente. “Hoje o mercado brasileiro está na rota dos grandes eventos mundiais”, diz o publicitário e empresário Sérgio Waib, CEO da Maior Entretenimento. “Estamos levando o que há de melhor do Brasil para o Exterior, e trazendo de fora o que há de melhor para o Brasil”, completou ele.

 

A iniciativa da Maior Entretenimento, que caminha para se tornar a mais importante agência do setor de eventos do País, faz todo sentido. Um estudo da consultoria PricewaterhouseCoopers mostra que os investimentos publicitários no setor de entretenimento atingiram US$ 50 bilhões na América Latina. Até 2014, o valor deve chegar a US$ 77 bilhões, puxado pelos eventos apoiados pela Fifa que antecedem a Copa 2014. 

 

Alguns projetos da Maior Entretenimento revelam o gigantesco mercado que começa a se consolidar no País. Além do Tihany Spetacular, a empresa trará o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, em parceria com a Doria Associados, para o seminário Visão do Brasil e Potencial de Crescimento Econômico, Copa do Mundo e Jogos Olímpicos , no dia 26 de outubro, no Caesar´s Park, em São Paulo. Também está para sair do forno o evento Covers, um projeto que prevê a realização de diversos shows em dias de semana, em 2010 e 2011. 

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A proposta é organizar apresentações de artistas brasileiros consagrados. “Existe no País um abismo entre as classes mais elitizadas, que podem pagar R$ 500 por um ingresso do show da Madonna, e aqueles que só podem ir a apresentações gratuitas, como as que acontecem com frequência no Vale do Anhangabaú”, destacou Waib. 

 

“A classe média não vai nem ao evento mais caro nem ao gratuito. Essa multidão cria um mercado enorme, promissor e ainda inexplorado”, acrescentou o empresário, que promoverá também um festival de música sertaneja e um festival de grandes artistas populares brasileiros.