A franquia de filmes Star Wars marcou gerações de pessoas por décadas e décadas, porém há algo de muito errado com a saga: nenhum dos efeitos sonoros dos filmes seria possível de acontecer na vida real pelo simples fato de nenhum som se propagar pelo espaço.

Em uma explicação simples sobre essa situação, poderíamos dizer que isso é resultado do vácuo do Universo — o que impede com que o som viaje. Apesar disso ser verdade, você já se perguntou por que isso ocorre? Assim como outras questões sobre o Cosmos, a resposta pode ser aprofundada pela ciência.

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De maneira geral, nós chamamos de espaço qualquer coisa que pode ser encontrada fora da Terra. Apesar dessa área estar repleta de estrelas, planetas, asteroides e outros astros, o espaço também pode ser chamado de vácuo ou tecnicamente a ausência de matéria.

Isso significa que a grande parte do Universo contém, literalmente, nada. Nenhuma partícula, ar ou qualquer outra coisa que ocupe lugar. É justamente essa ausência de matéria que impossibilita a transmissão do som e provoca o silêncio absoluto em diversas partes do oceano cósmico.

Assim como a luz, o som viaja em ondas. Também chamadas de ondas mecânicas, as ondas sonoras transportam energia conforme se movem de um lugar a outro. Entretanto, elas necessitam passar por um mediador — que, nesse caso, seriam as partículas. Dessa forma, qualquer som reproduzido no espaço não encontraria nada para vibrar e toda a energia seria dissipada.

Apesar da maior parte do Universo ser um vácuo verdadeiro e silencioso, existem algumas áreas onde sons podem ser ouvidos. Ao longo do espaço, é possível encontrar nuvens de gases e poeira remanescentes de estrelas mortas ou até mesmo regiões onde a matéria está sendo puxada para formar um novo astro.

Nessas nuvens que viajam pelo espaço, é possível que o gás e a poeira se tornem agrupados e, portanto, densos. Esse fenômeno abre uma brecha para que partículas próximas o suficiente uma das outras para que o som ocorra e até mesmo consiga viajar por pequenas distâncias fora da Terra.

Um exemplo disso ocorre dentro dos buracos negros e foi gravado pelo Observatório de Raios-X Chandra, pertencente à NASA, em 2003. Entretanto, o som proveniente do aglomerado de Perseu — um conjunto de galáxias há 250 milhões de anos-luz de distância — estava em uma frequência bilhões de vezes mais baixa do que é fisicamente possível para os humanos ouvirem.