Foram bilhões e bilhões de anos desde o Big Bang para que os ecossistemas do planeta se transformassem no que são hoje. Bastaram dois anos para os ingleses criarem, a partir de um terreno de 500 mil metros quadrados e um solo altamente empobrecido, uma versão compacta do Jardim do Éden. É o Eden Project, um misto de parque temático e instituição científica que reproduz vegetações de todos os cantos do planeta, incluindo a floresta amazônica, sob duas gigantescas estufas de 55 e 35 metros de altura.

Ao contrário do faraônico Domo do Milênio, que consumiu US$ 1 bilhão e foi um fracasso de público e crítica, o novo projeto é grande e nobre em idéias e ideais e bastante sensato nas finanças. Custou US$ 120 milhões, sendo metade financiado pelo poder público. O restante veio de convênios e patrocínios com instituições, universidades e empresas. O espírito do projeto, que consumiu 90 mil toneladas de solo reciclado e 12 mil mudas de plantas, é conscientizar o público da importância das plantas e difundir o conceito de desenvolvimento sustentável. O parque, que fica na Cornualha, região oeste da Inglaterra, não tem fins lucrativos e foi programado para ser ?financeiramente sustentável?. Os custos operacionais de manutenção serão bancados com ingressos, suvenires e doações individuais. Além disso, o Eden Project prevê programas educacionais e de conscientização ecológica que são voltados não apenas para estudantes e público em geral, mas também para empresas. A meta é criar parcerias para desenvolver negócios na área ambiental que sejam economicamente viáveis. O primeiro nasceu durante as obras do parque. O solo reciclado utilizado para plantar as espécies foi desenvolvido por uma empresa de lixo local junto com a Universidade de Reading e será explorado comercialmente na regeneção de terrenos empobrecidos pela agricultura.