Se há um setor no Brasil que, literalmente, tem suado frio para conseguir enfrentar a crise gerada pela pandemia e pelo necessário isolamento social, esse é o de academias. Com as 76 unidades instaladas em 30 cidades de portas fechadas, a Bluefit, segunda maior rede do Brasil, com faturamento de R$ 135 milhões no ano passado, retardou o plano de expansão que levaria ao número de 100 unidades, entre próprias e franquias, até o fim do ano. Pelo menos dez devem ficar para 2021. Boa parte dos 2 mil funcionários tiveram seus contratos de trabalho suspensos por 60 dias, após um mês de férias coletivas. O sócio-fundador da rede Fernando Nero afirma que foi indispensável reinventar o modelo nesse período para atender parte dos 220 mil clientes e oferecer aulas on-line. “O modelo físico é muito importante, mas vamos criar uma plataforma para que o aluno possa agregar esse sistema em seu ritmo de exercícios nas nossas unidades”, diz. Com as propostas de retomada das atividades em boa parte dos estados, Nero acredita na volta gradual das bicicletas e das esteiras, com equipamentos mais distantes uns dos outros e medidas como uso de máscaras, álcool em gel e aferição de temperatura. “Quando tudo estiver mais tranquilo, as pessoas vão querer cuidar da saúde, se exercitar e buscar o melhor custo-benefício para treinar”, afirma.

(Nota publicada na edição 1173 da Revista Dinheiro)