Em poucos minutos, o choro substituiu os aplausos quando um atentado reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico atingiu uma casa de shows de Manchester na segunda-feira à noite, deixando 22 mortos e 59 feridos, incluindo crianças e adolescentes.

Segue abaixo o minuto a minuto dos acontecimentos:

– Na segunda-feira à noite, ao fim do show da cantora americana Ariana Grande na Arena Manchester, dezenas de pais que iam buscar os seus filhos se aglomeravam na saída da casa de shows, situada ao lado da estação Victoria.

– Por volta das 22H30 (18H30 de Brasília), Salman Abedi, um britânico de origem líbia de 22 anos, se encontrava em uma das saídas do local, com capacidade para 21.000 pessoas, quando acionou “um artefato artesanal”, segundo Ian Hopkins, delegado da polícia de Manchester.

“Ouvimos a última música e de repente houve como um ‘flash’ com um ‘bang’ e depois fumaça”, contou à BBC Gary Walker, que foi com sua esposa esperar sua filha na saída do show.

– 22H33 (18H33 de Brasília): a polícia foi alertada em um primeiro chamado que informava sobre uma “explosão” e sobre “vários feridos”.

Na casa de shows, que começava a se esvaziar, o jovem público escutou o barulho da explosão e o pânico começou. Os espectadores fugiam para as saídas de emergência enquanto alguns pais faziam o caminho contrário para tentar recuperar seus filhos em meio a multidão.

“As pessoas caíam umas por cima das outras nas escadas. Era o caos absoluto. Queríamos sair dali o quanto antes porque pensávamos que talvez houvesse alguém disparando contra a multidão”, contou à AFP Kennedy, uma jovem que foi ao show acompanhada pela mãe.

– 22H39 (18H39 de Brasília): um primeiro policial chegou ao local. Enquanto as chamadas de emergência se multiplicavam, outros agentes também iam chegando.

Dada a urgência, algumas pessoas ofereciam os primeiros-socorros. “Havia crianças, muitas crianças com sangue por todas as partes e que gritavam e choravam”, explicou Stephen Jones, um morador de rua de 35 anos, à emissora ITV.

“Tivemos que retirar pregos de seus braços e até do rosto de uma criança pequena”, afirmou.

– 22H46 (18H46 de Brasília): diante do grande número de vítimas, os guardas de trânsito interromperam a circulação nas ruas próximas à Arena Manchester. Os hospitais da cidade foram alertados de que um “acontecimento grave” havia ocorrido há pouco.

– 22H47 (18H47 de Brasília): instantes mais tarde, confirmando a explosão, os oficiais decidiram tratar a situação como um possível atentado terrorista. Os arredores da casa de shows foram bloqueados, e as estradas e redes de transportes foram fechadas.

– 01H10 (21H10 de Brasília): a polícia anunciou 19 mortos e pelo menos 50 feridos em um primeiro balanço. No local, eram ativados os serviços de emergência e 60 ambulâncias foram mobilizadas para levar as vítimas para os oito hospitais de toda a cidade.

A população local se mobilizou para ajudar os serviços de emergência. Os cidadãos abriram as portas de suas casas, os hotéis abrigaram as pessoas atingidas pelo ataque, enquanto os táxis faziam corridas gratuitas para levar as pessoas até seus lares, porque os transportes estavam interrompidos.

– 01H35 (21H35 de Brasília): a 100 metros da casa de shows, a polícia realizava uma “explosão controlada” de um pacote suspeito. Pouco depois afirmou que se tratava de uma “roupa abandonada”.

– 02H15 (22H15 de Brasília): a primeira-ministra Theresa May fala de “um ataque terrorista desleal” e informa o líder da oposição, Jeremy Corbyn.

– 07H00 (03H00 de Brasília): os serviços hospitalares trabalharam durante toda a noite e a polícia atualizou seu balanço, que subiu para 22 mortos, além do autor do ataque. Neste momento, mais de 400 agentes eram enviados para a zona do atentado.