O saneamento básico é um dos grandes desafios do Brasil. Segundo dados do Instituto Trata Brasil, 30 milhões de cidadãos ainda não têm acesso à água potável e mais de 100 milhões de brasileiros não têm rede de coleta e tratamento de esgoto disponíveis. Em 2010, após a criação do marco regulatório do setor, um decreto definiu que cada município desenvolvesse um Plano Municipal de Saneamento Básico para ter acesso a recursos do orçamento da União destinados a obras no segmento. A pesquisa Perfil dos Municípios Brasileiros (Munic), divulgada neste mês pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que apenas 41,5% das 5.570 cidades brasileiras tinham o plano em questão em 2017.

No período, os Estados que registraram maior proporção de municípios com uma proposta elaborada foram Santa Catarina e Rio Grande do Sul, com 87,1% e 75,5%, respectivamente. Paraíba (13%), Pernambuco (14,1%) e Bahia (14,6%) foram os que apresentaram os piores índices. Entre os reflexos desse contexto, 34,7% das cidades brasileiras afirmaram ter conhecimento sobre a ocorrência de endemias ou epidemias de doenças diretamente relacionadas a essa questão. Com 26,9%, a dengue foi a mais citada, seguida por enfermidades como diarreia (23,1%), verminoses (17,6%), chikungunya (17,2%) e zika (14,6%).

(Nota publicada na Edição 1089 da Revista Dinheiro)