A empreendedora Rebecca Fischer, cofundadora da fintech Divibank, empresa especializada em financiar campanhas de marketing digital, foi a convidada da live da IstoÉ Dinheiro, nesta segunda-feira (1º). A empresa de Rebecca não é um banco ou uma financeira, é uma startup de finanças que tem como objetivo viabilizar dinheiro para pequenas e médias empresas. Além disso, para startups fazerem publicidade no mundo on-line, financiando campanhas nos canais de mídia digital, como o Google, o Facebook, Instagram, LinkedIn, YouTube e outros. “O capital para marketing digital das pequenas e médias empresas é muito caro”, afirma.

No bate-papo, a executiva explicou como surgiu e como funciona o Divibank. A empresa foi lançada em março, nos dias que antecederam a crise sanitária da covid-19. Com a quarentena, a tendência de digitalização, que já se esperava no mundo, antecipou projetos e negócios nas mais diversas áreas.

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“A gente acreditava que ia acontecer a digitalização, mas em nossos planos era para daqui a quatro, cinco, seis anos… aconteceu em cinco, seis semanas. O digital chegou e o padrão de comportamento, de vendedores e compradores, mudou”, afirma.

As certezas de Rebecca, que teve passagens por empresas como Kenshoo, Blinks e ADLPartner, e de seu sócio de apostarem no segmento de publicidade em mídias digitais são resultados de vivências profissionais no mundo off-line.

“Na minha experiência profissional, eu via empresas que podiam crescer muito, mas estava travada por falta de acesso ao capital”, conta a executiva.

A aposta inovadora, deu certo. O Divibank é uma realidade. Desde o início das operações, em junho do ano passado, eles já contabilizam cerca de R$ 30 milhões em empréstimos e já estabeleceram uma parceria com o fundo de Venture Capital, Maya Capital, criado por Lara Lemann, filha de Jorge Paulo, e Monica Saggioro .

Rebecca diz que eles não cobram parcelas fixas no pagamento dos empréstimos, mas sim uma porcentagem previamente acertada das receitas futuras que os clientes financiados terão com as campanhas de marketing digital. Ao certo, o tamanho das parcelas depende do faturamento da empresa e do montante financiado pela Divibank.

Na prática, diz ela, é como um modelo de revenue share, conceito de um negócio que tem por base a distribuição do valor total da renda gerada pela venda de bens ou serviços entre as partes interessadas ou contribuintes.

Geralmente, o revenue share é utilizado por publishers que divulgam campanhas em sites de terceiros, num acordo que estipula a porcentagem de ganho entre a página que publicou o anúncio e o anunciante, explica Rebecca. “Pegamos faturamento histórico, DRE, entre outros documentos. Pedimos acesso às contas digitais das redes sociais. Olhamos se já teve investimentos, se gera receita.”

Profissional experiente em marketing digital, Rebecca diz na entrevista que além de crédito, a fintech também oferece serviços de consultoria de marketing de performance online. “Não criamos conteúdos”, alerta. A ideia deles é ajudar o empresário a montar campanhas e estratégias de marketing digital, fazer gestão de campanhas e auditoria, habilidades que nem toda empresa pequena tem e nem pode contratar alguém específico para a posição.

A consultoria é opcional e uma taxa de serviço mensal é cobrada quando o serviço é utilizado. “Nem sempre as pessoas estão preparadas para otimizar campanhas”, diz.

A verdade completa é que o acesso das pequenas empresas ao mundo digital, em função da pandemia, se deu de forma muito rápida e as pessoas não tinham, como ainda muito não têm, uma expertise técnica do marketing. O que acabou empurrando esses empreendedores para uma zona desconhecida.

As micro e pequenas empresas representam 70% dos negócios no e-commerce. “Acho que o conhecimento disponibilizado pelos canais virtuais, especialmente em português, não está acompanhando a velocidade dessas PMEs [Pequenas e Médias empresas]. Eu sinto que ainda podemos dar muita ajuda para o vendedor aprender a utilizar melhor as campanhas digitais”, conclui.