O diagnóstico foi dado durante reunião na semana passada da turma do G-20 – a congregação de países que se converteu nos últimos tempos no maior fórum responsável pela escolha dos rumos a seguir.
 

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Nenhuma novidade no diagnóstico. Todo mundo já sabia que governos de qualquer latitude ou matiz política praticavam desde sempre o esporte do inchaço da máquina, com medidas populistas e sem nenhuma preocupação com as consequências no tamanho do endividamento de seu caixa lá na frente.

Por anos, a crescente escalada na arrecadação tributária, com o aumento de impostos e taxas pesadas, financiou essa farra. A tal ponto que recordes sucessivos foram sendo registrados na contabilidade da receita pública.

Empreendedores de várias nacionalidades que investiram em suas linhas de produção e trabalhadores que pagaram religiosamente os impostos geraram a dinheirama para um butim sem o retorno esperado. O G-20 agora quer mudar esse estado de coisas. Pregou uma rígida linha de controle fiscal para as economias participantes do bloco.

O problema maior é que os integrantes dessa patota do G-20 parecem mais do que nunca obcecados pela ideia de que o alvo prioritário das ações deve ser o combate à inflação via controle do consumo. Um equívoco.

Em diversas praças, especialmente na Europa e nos EUA, o desafio hoje é o da contração das vendas. As pessoas estão comprando o mínimo, pelo menor preço, estrangulando o processo nas linhas fabris. Muitos analistas apontam até que a ameaça no horizonte é a de uma deflação corrosiva.

Não a da carestia de preços. No âmbito do orçamento público, a questão antes de tudo não se limita ao aperto de cinto puro e simplesmente, sem critério e escala. É preciso manter a política de investimentos públicos vitais, não comprometendo com isso as metas fiscais.

A fórmula passa pelo controle de gastos inadequados e pelo reequilíbrio orçamentário a partir de políticas monetárias corretas. No Brasil foi divulgado há alguns dias que o superávit primário despencou em maio, no pior resultado dos últimos 18 anos.

Uma combinação fatal de aumento dos juros, que pressionou a dívida líquida do Tesouro, com a frouxidão no financiamento de projetos de cunho eleitoreiro em ano de campanha deve ter contribuído significativamente para o resultado. É o exemplo de como não fazer.