O diretor de Fraude e Identidade da LexisNexis Risk Solutions para a América Latina, Rafael Costa Abreu, foi o convidado da live da IstoÉ Dinheiro, nesta quinta-feira (21). Na entrevista, ele comentou sobre os “assaltos virtuais” e as táticas maliciosas que os golpistas utilizam para sequestrar dados de empresas e pessoas para desviar dinheiro.

Abreu abordou a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que tem algumas regras que só entrarão em vigor no Brasil em agosto, para falar sobre a segurança e os riscos envolvidos nas transações financeiras, como o PIX. “Usem o PIX sem medo, ele é uma forma segura e ágil para movimentação de dinheiro”, avalia. “O PIX é uma revolução do sistema bancário que reduz em muito o risco de fraudes”, afirma.

Os dados sobre crimes cibernéticos da LexisNexis do primeiro semestre de 2020 destacam que a América Latina experimentou as maiores taxas de ataques cibernéticos, do que qualquer outra região global. Na lista de países com o maior volume de “assaltos virtuais” iniciados por humanos, o Brasil avançou e, agora, ocupa a terceira posição, atrás apenas dos Estados Unidos e Canadá.

Segundo Abreu, hoje o número de ataques cibernéticos com o objetivo de roubar dados bancários e de cartões de crédito de usuários é uma prática com táticas velhas e migração de esquemas também antigos. “Não existe golpe novo. O importante é que os usuários tenham cuidado com seus dados pessoais.”

Ao cabo, o Brasil foi um dos principais alvos de ataques cibernéticos direcionados a aplicativos de internet banking, de dispositivos de PoS, como são conhecidas as maquininhas de cartão, assim como em mensagens eletrônicas e ransomware, – um software malicioso que infecta seu computador e exibe mensagens exigindo o pagamento de uma taxa para fazer o sistema voltar a funcionar.

Para Abreu, esses esquemas criminosos são frutos de descuido com as informações pessoais, principalmente em “golpes de engenharia social” – convencimento pelo telefone ou mensagens solicitando créditos. O executivo dá a dica para evitar que você seja vítima de golpes. “Cuidado com as mensagens pedindo transferências de dinheiro”, alerta.

O especialista em fraude da LexisNexis diz que os fraudadores ao praticar os golpes acabam indo pelo caminho mais fácil que é atacar o usuário do sistema bancário. No Brasil, os bandidos ganharam musculatura criminosa com a bancarização em massa resultante do pagamento do auxílio emergencial por conta do coronavírus. O número de pessoas sem conta bancária despencou 73% durante a pandemia e mais de 30 milhões de brasileiros viraram bancarizados. Enfim, se por um lado a massificação bancária é ótima para economia, para os fraudadores também foi lindo. “Na dúvida, não forneça nenhum dado, principalmente o CPF. O dado mais negociado no submundo do crime é o CPF”, afirma.