O smartphone Galaxy S8 passou três anos sendo desenvolvido nos laboratórios da Samsung antes de ser anunciado ao mercado, o que aconteceu em um evento em Nova York, na quarta-feira 29. Internamente, o codinome do projeto era nada menos do que Dream. O sonho da fabricante coreana é que seu novo celular inteligente possa tirar a companhia do pesadelo que foi o fiasco das baterias explosivas do Note 7, no ano passado. O produto causou prejuízos bilionários e arranhou a imagem da Samsung, que perdeu a liderança no mercado de smartphones para a Apple, no quarto trimestre de 2016.

DJ Koh, da Samsung: “Foi um ano desafiador. hoje, estamos aqui para uma nova era”
DJ Koh, da Samsung: “Foi um ano desafiador. Hoje, estamos aqui para uma nova era” (Crédito:AP Photo/Mary Altaffer)

“Esse foi um ano desafiador. Aprendemos com lições valiosas e decisões difíceis”, afirmou DJ Koh, presidente da divisão móvel da Samsung, durante o anúncio do produto. “Hoje, estamos aqui para uma nova era.” O Galaxy S8 conta com tela infinita com bordas arredondadas. São dois modelos, com telas de 5,8 polegadas e 6,2 polegadas, rodando o sistema operacional Android, do Google. As baterias são as primeiras que passam pelos novos testes de segurança da Samsung, que inclui cinco procedimentos aprimorados e três novos.

Apesar de as configurações mostrarem um smartphone superior ao iPhone, da Apple, analistas acreditam que não há nada de disruptivo no novo modelo. “É cada vez mais difícil ter muitas inovações em hardware”, afirma Leonardo Munin, analista para o mercado de celulares da consultoria IDC. A grande novidade foi o anúncio da assistente virtual Bixby para tentar se diferenciar dos concorrentes. O recurso de inteligência artificial pretende ir além do que faz o Siri, da Apple, o Assistant, do Google, a Cortana, da Microsoft, e a Alexa, da Amazon.

DIN1012-samsung3“Ele será capaz de entender comandos de voz complexos”, diz Renato Citrini, gerente sênior da divisão de dispositivos móveis da Samsung Brasil. O Bixby, por exemplo, poderá compreender que o consumidor quer enviar uma foto de uma determinada pessoa via WhatsApp e realizar o procedimento. É cedo para saber se o Galaxy S8 será, sem trocadilhos, um estouro de vendas ou se irá recuperar a imagem da Samsung. O mercado de smartphones no Brasil passa por um processo de consolidação. No ano passado, foram vendidos 44,8 milhões de celulares inteligentes.

Em 2017, a expectativa é de um crescimento entre 3% e 5%. Uma das razões para essa expansão é o grande número de aparelhos com mais de dois anos de uso, o que indica que muitas pessoas deverão trocar seus celulares, segundo a IDC. Por outro lado, o Galaxy S8 é um celular caro. Nos EUA, ele será vendido por US$ 720 (R$ 2.260) desbloqueado. Ainda não há previsão de quando o produto chegará ao Brasil, nem o seu preço. “Mas como ele é um celular premium, sua demanda deve ser baixa no País”, diz Ivair Rodrigues, diretor de pesquisa da consultoria IT Data.