Primeira scooter do mundo, lançada quando nem mesmo o termo scooter existia, a motoneta italiana Vespa chega aos 75 anos neste mês com 19 milhões de exemplares vendidos – dos quais 1,8 milhão somente na última década. Os principais atributos continuam os mesmos desde o lançamento: um veículo de baixo custo, fácil de pilotar até para quem usa salto alto — e inegavelmente cult.

A Vespa nasceu em 1946, sob os escombros da Segunda Guerra. Movido pelo sentimento de transformação, o italiano Enrico Piaggio (1905-1965), herdeiro de uma fábrica aeronáutica em Pontedera, na Toscana, decidiu criar um veículo econômico e apto a percorrer o arruinado sistema viário italiano. Submeteu a ideia ao projetista de aviões Corradino D’Ascanio, que fez alterações nos pedais, no tipo de suspensão e na posição do assento.

Funcional e inovadora, a nova motocicleta, com motor monocilíndrico de 98cc, exibia curvas elegantes e, mesmo compacta, oferecia a sensação de segurança ao condutor. “Lembra uma vespa!”, disse Piaggio, ao ver a versão definitiva e ouvir o som do motor. Estava definido o nome da scooter.

Vale um Oscar?: A edição especial 75th (foto maior) e como coadjuvante em A Princesa e o Plebeu (1953) e A Intéprete (2005) (Crédito:Divulgação)

O sucesso de vendas foi imediato. A Vespa se tornou símbolo de status e liberdade entre a juventude italiana e foi apresentada ao mundo pelas telas do cinema em 1950, com o filme italiano Domingo de Agosto. Três anos depois, com Audrey Hepburn e Gregory Peck percorrendo as ruas de Roma sobre uma Vespa 125 em A Princesa e o Plebeu, a marca se consagrou como objeto do desejo. Com seu charme atemporal, o casamento com a sétima arte é dos mais sólidos. A Vespa foi estrela de comédias (Caro Diário, de Nani Moretti, em 1993), filmes românticos (Alfie, o Sedutor, com Jude Law, 2004; Larry Crowne, com Tom Hanks e Julia Roberts, 2011), musicais (Quadrophenia, 1979) e até suspenses, como A Intérprete (2005), de Sydney Pollack, em que a personagem de Nicole Kidman pilota por Nova York um modelo GT caramelo.

E-COMMERCE No Brasil, a Vespa chegou a ser produzida pela Panauto S.A. de 1958 a 1963, no Rio de Janeiro, e voltou nos anos 1980, em parceria com a Caloi. Hoje, é possível adquirir quatro modelos por meio dos sites brasileiros da Vespa e do Grupo Piaggio. Não há lojas físicas no País. Os preços partem de R$ 18 mil.

Para marcar o aniversário, o Grupo Piaggio lançou, em edição limitada, a Vespa 75th, disponível a partir deste mês nas lojas da marca nos Estados Unidos e na Europa. A versão comemorativa é produzida com base nos clássicos modelos Primavera (de 50cc, 125cc e 150 cc) e GTS (125cc e 300cc), e reinterpreta a paleta de cores que foi sucesso na época do lançamento. O tom exclusivo de amarelo metálico foi desenvolvido especialmente para o novo modelo, e as laterais e o para-lama dianteiro levam emblema com o numeral 75. A lista de detalhes exclusivos inclui banco de couro cinza, rodas diamantadas no mesmo tom e bagageiro com mala de couro arredondada (que pode ser usada como mochila). O pacote de equipamentos traz todos os itens disponíveis na linha, como o painel digital colorido de 4,3” e conectividade com o smartphone. O preço para o Brasil não foi anunciado.