Foi-se o tempo em que os estilistas usavam apenas tesouras, dedais e tecidos finos para confeccionar um traje digno da alta costura. Grifes como as italianas Prada e Zegna e as brasileiras Glória Coelho, Fause Haten e Track & Field começam a usar materiais como chips eletrônicos, tecidos com proteção dos raios ultravioleta e tecnologia adotada pela Nasa na produção das suas peças. ?Cada vez mais as grandes marcas estão buscando um diferencial?, diz Ricardo Minelli, diretor da Daslu Homem. Entre as peças que acabaram de sair do forno e já estão na vitrine pode-se encontrar uma jaqueta da Zegna. A peça é feita em microtene, tecido mais impermeável que existe, e confortemp. Este último é usado pela Nasa para levar instrumentos, cuja temperatura não pode ser alterada, ao espaço. A peça de R$ 3,6 mil faz com que a temperatura do corpo permaneça estável.

A Prada confeccionou uma calça para quem pratica esqui na neve. Com um chip eletrônico embutido, é possível detectá-la caso haja uma avalanche. As grifes brasileiras também não deixam a desejar quando o assunto é tecnologia. Glória Coelho e Fause Haten usam em suas roupas um tecido com produtos desenvolvidos pela Rhodia Têxtil. A empresa decifrou o DNA do nylon e criou uma fibra que protege o corpo contra a ação dos raios ultravioleta (UV) e o Biotech, que evita a proliferação de bactérias. ?É a revolução da indústria?, diz José da Conceição Padeiro, diretor de marketing da Rhodia.