Uma lista com as 100 empresas administradas de modo mais sustentável no mundo acaba de ser divulgada pelo The Wall Street Journal. Nenhuma é brasileira. Segundo o jornal, a ausência se justifica por problemas institucionais do País (corrupção, desigualdade e desmatamento) e pelo fato de várias das maiores companhias verde-amarelas estarem ligadas a atividades de alto impacto ambiental. Entre elas, a Vale, a Petrobras e os grandes frigoríficos.

A notícia não é nada boa para a economia nacional. Se seguir neste caminho, o Brasil corre risco de perder acesso ao crédito vindo do mercado de capitais. Segundo estudo da consultoria KPMG, cerca de 45% dos investidores baseiam seus aportes em fundos de hedge relacionados ao ESG e 85% da demanda pelo alinhamento de decisões estratégicas com as boas práticas é exigida por investidores institucionais.

Em sua tradicional carta anual, divulgada em janeiro durante o Fórum Econômico Mundial, Lary Fink, CEO do BlackRock, fundo de US$ 8 trilhões em ativos, deu um recado claro para os grupos de seu portfólio. “Tendo em vista que a transição energética será um tema central para as perspectivas de crescimento de todas as empresas, estamos pedindo que elas divulguem um plano de como o seu modelo de negócios será compatível com uma economia neutra em carbono.” A mensagem vale como um conselho para qualquer empresa que queira sobreviver na nova era da economia verde.

Evandro Rodrigues

(Nota publicada na edição 1209 da Revista Dinheiro)