“O caminho do e-commerce é uma rota sem volta. Ele veio para ficar”, destaca o holandês Andries Oudshoorn, CEO da plataforma online de classificados OLX Brasil. Ele demonstrou sua visão durante a live da IstoÉ Dinheiro nesta segunda-feira (31). Na conversa com o editor de Negócios da revista, Hugo Cilo, o executivo avalia o setor de compra e venda a distância antes da pandemia, durante a quarentena e os negócios da empresa em relação ao futuro, como a compra do ZAP, a Compra Segura e o OLX Pay. Oudshoorn é um dos principais responsáveis pela transformação do comércio eletrônico brasileiro nos últimos anos.

O executivo diz que a crise atual está acelerando novas mudanças de comportamento. Para ele, as pessoas entenderam o que era comprar itens usados e vem mudando a cultura de transacionar esses produtos. Em uma frase: o brasileiro aprendeu a desapegar. “Nas crises, as pessoas mudam de comportamento. O Brasil tem muito a ganhar com o processo de digitalização. O momento é ideal”.

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Oudshoorn desembarcou no Brasil em 2011 para lançar e escalar o Bomnegócio.com com investimento dos grupos Schibsted e Telenor. Desde a fusão entre Bomnegócio.com e OLX Brasil (do grupo Naspers), em 2015, ele trabalha para expandir a companhia para o universo dos pagamentos eletrônicos e se aproximar do maior concorrente, o Mercado Livre. “O ponto forte da OLX é ser bem simples”, avalia.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), em parceria com a consultoria Toluna, seis em cada dez consumidores que compraram online durante a quarentena aumentaram o volume de compras devido ao isolamento social. Em 46% dos casos, essa expansão de compras foi superior a 50%. “Quando começamos o negócio, apenas uma em cada dez pessoas tinham comercializado algum produto de forma virtual, hoje são cinco em cada dez”, diz.

Com mais de meio milhão de novos anúncios todos os dias, a OLX continua crescendo. Ao contrário de outros serviços de comércio online, a empresa só atua no modelo de venda entre duas pessoas físicas, operando cerca de 2 milhões de transações por mês. No ano passado, a empresa ajudou a transacionar R$ 140 bilhões em produtos.

Ele avalia que a OLX está em uma nova fase, de construir uma empresa ainda mais sólida, com várias linhas de negócios. Para ele, este é o momento de pensar o fluxo e a jornada de negociação e venda de forma digital junto com clientes e ampliar a orientação de bons negócios. Na live, ele destaca a Compra Segura, um recurso que intermedeia a transação entre comprador e vendedor caso haja algum problema na entrega, permitindo a devolução do item ou do valor pago em caso de desacordo.

A expectativa do executivo é seguir investindo em tecnologia e automatização de processos para os próximos meses. Ele diz que a compra do Grupo ZAP, cuja aquisição foi anunciada pela empresa no primeiro semestre por R$ 2,9 bilhões, vai elevar e muito os negócios da empresa. Na live, ele detalha a novidade do grupo que é o OLX Pay – uma mudança no modelo de negócios da plataforma, que deixa de ser apenas um site de classificados para ser um marketplace completo, com sistema de financiamento e entrega.

O recurso permite, por exemplo, que compradores negociem com cartão, à vista ou parcelando suas compras em até 12 vezes com seguro. Seja qual for o método escolhido pelo comprador, o vendedor recebe o valor na conta em até 24 horas após a finalização da venda. A novidade é uma alternativa para quem prefere pagar via cartão de crédito com segurança ou enviar ou receber o produto sem ter a necessidade de se encontrar pessoalmente com o outro usuário. Detalhe: comercializar produtos usados de forma parcelada.