O executivo Ricardo Neves, CEO da Everis Brasil, participou da live da IstoÉ Dinheiro nesta quinta-feira (13). A empresa dirigida por ele é uma multinacional de consultoria, pertencente ao grupo japonês e espanhol da NTT DATA, que oferece soluções de estratégia e de negócios, desenvolvimento e manutenção de aplicações tecnológicas e serviços de terceirização para os setores de bancos, seguros, telecomunicações, indústria e governo. É a sexta empresa de serviços de TI no mundo.

Na entrevista, Neves falou sobre o mundo dos negócios em tempos de crise sanitária do coronavírus e fez uma análise do ambiente de economia e trabalho no pós-pandemia. “A grande lição que aprendemos com a pandemia é acabar com o paradigma que a gente tem de ficar fisicamente ao lado das pessoas para estarmos próximos”, diz.

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Bacharel em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco, com passagem por empresas como PwC, da qual ele ficou por cerca de 30 anos, e IBM, Ricardo Neves é o primeiro executivo brasileiro a ocupar a posição na operação da Everis no País.

A empresa busca soluções voltadas para inovação dos negócios, envolvendo planejamento estratégico, criação de novos modelos de negócios, reengenharia de processos e gestão de mudança.

Ele assumiu o comando da empresa dois meses antes de estourar a crise mundial do covid, que ceifou a vida de centenas de milhares de pessoas e negócios pelo mundo. “Liderar nas incertezas e trabalhar com valores”, acredita.

No bate-papo, o executivo disse que o grande desafio dele é dar continuidade ao forte crescimento da participação de mercado da empresa.

Sua missão inclui o consistente avanço do valor agregado do portfólio de serviços de transformação digital prestados aos clientes da Everis no Brasil.

No entanto, o CEO vê com preocupação a baixa qualificação das pessoas no uso das tecnologia, o que para ele, é um problema global. “O grande desafio será acelerar a velocidade da qualificação das pessoas entre as novas habilidades”, argumenta.

“Num país como o Brasil, com milhões de desempregados, temos 500 vagas em aberto e não encontramos gente para ocupá-las. O Brasil precisa se juntar para avançar”, alerta.

Ainda na conversa, o CEO da Everis analisou o futuro do mercado de trabalho sob o ponto de vista do home office e a flexibilidade nas formas de desempenhar a labuta – “o que vem por aí são relações de trabalho híbridas, mais flexíveis”; Neves também tratou dos temas como capital humano e diversidade.

“Em problemas complexos, você precisa de diferentes perspectivas. O talento não tem cor, orientação sexual ou idade”, avalia.

Ricardo Neves acredita que o processo de digitalização imposto pelo distanciamento social refletirá, no pós-pandemia, em um avanço social sem precedentes. “A tecnologia vai trazer muitas novas ocupações, muitas que sequer existem ainda. A gente não volta mais ao que era”, conclui.