Existe uma máxima na vida do brasileiro que determina que a gente só colhe o que planta. Se essa lei é verdadeira, é muito difícil que o Brasil consiga colher resultados positivos em seu desenvolvimento se investe pouco. Em 2021 o investimento público chegou a 2,05% do PIB, abaixo dos 2,68% do PIB em 2021, segundo levantamento do Ibre/FGV. Esse porcentual, que envolve o repasse da União, estados, municípios e estatais federais, foi o segundo pior índice da série histórica, iniciada em 1947, atrás apenas de 2017 (1,94% do PIB). Considerando apenas os investimentos diretos do governo federal, a taxa de encolheu de 0,33% do PIB para 0,26% no ano passado — o menor patamar desde 2004 (0,21%). A última alta no indicador foi registrada em 2014. E se você quer colocar a culpa na pandemia, Manoel Pires, coordenador do Observatório Fiscal, aponta outro caminho: “Com a ampliação do orçamento de emendas, a produtividade e o potencial de sinergia desses investimentos tendem a continuar baixos”. Em 2022, se a gente pudesse somar neste gasto as emendas secretas, desvios no MEC, problemas de licitações e um fundo eleitoral bastante gordo, o governo Bolsonaro bateria o recorde da série histórica.

SÓ NO BRASIL
Conhece aquela do ministro da Educação armado?

Mateus Bonomi

Pensa na situação: um ex-ministro da Educação (que é pastor) vai até o aeroporto. Lá ele resolve despachar algo que está em sua maleta de mão. Ao tentar arrumar o produto que estava prestes a despachar, ouve-se um tiro. E o tiro saiu de dentro da maleta. Atravessou o coldre, rasgou o couro da mala e seus estilhaços atingiram a atendente do aeroporto que fazia o despacho. UM TIRO. DA MALA DO EX-MINISTRO DA EDUCAÇÃO. QUE É PASTOR. Sério. O Brasil é o país da piada pronta. E a quem interessar possa, a atendente atingida está bem. E Milton Ribeiro conseguiu pegar o avião (com a arma devidamente despachada) algumas horas depois do incidente.

INTERNACIONAL
As reuniões da guerra

Vladimir Astapkovich

A expressão “é preciso negociar com os russos” nunca foi tão literal. Com o diálogo mais difícil das últimas décadas, a ONU tem tentado, sem sucesso, cumprir seu papel de mediadora mundial. Na terça-feira (26) foi a primeira vez que um líder da Organização, o secretário-geral, Antonio Guterres, pisou em solo russo para negociar diretamente com o presidente Vladimir Putin. O resultado? As promessas de cooperação com corredores humanitários e pedidos de cessar-fogo por parte da ONU. Se dentro da sala parecia haver um clima amistoso, em outra sala, esta da Otan, a temperatura era mais quente. O bloco militar mais potente do mundo decidiu mandar mais carros, blindados, suporte aéreo e recursos para ajudar a Ucrânia. Eles tratam a medida como a “cartada final”.

ATÉ QUE A PANDEMIA NOS SEPARE
Primeiro a saúde, o casamento a gente vê depois

A turma do “felizes para sempre” terá de encarar uma notícia ruim. Durante a pandemia o número de divórcio no Brasil explodiu e bateu recorde. É o que aponta levantamento do Colégio Notarial. Ao todo foram 80,5 mil separações registradas em cartório, o maior índice desde o início do levantamento, em 2017. Se parte dessa alta pode estar associada ao fato de os casais passarem mais tempos juntos em função do lockdown, a digitalização deste serviço também veio a calhar. Desde o ano passado, todo o processo pode ser feito de forma digital, o que facilitou a vida de quem já queria seguir carreira solo.

80,5 mil casais se separaram em 2021, alta de 4%. Só no distrito federal, o salto foi de 40% 

REDES SOCIAIS
É gado ou é robô?

Bolsonaro comemorou a chegada de 65 mil novos seguidores no Twitter após a compra de Elon Musk. E tudo ia bem até que Christopher Bouzy, CEO da Sentinel (que mapeia bots) dizer que dos 65 mil novos perfis, 68% criaram suas contas nas últimas 24 horas, e seria improvável tanta gente criar a conta só pela venda do Twitter e todos seguirem o Messias na mesma hora. E não foi só esse baque. Pense em como Jair ficou quando o WhatsApp disse que o sonho dos grupões com mais de 1 mil pessoas só será liberado após a eleição?

Pedro Ladeira

“Os prefeitos se libertaram do ‘prefeito ad hoc’ nos municípios, que é membro do Ministério Público estadual a perseguir os prefeitos por qualquer erro administrativo” Presidente da Câmara, Arthur Lira, sobre aprovação da lei que flexibiliza o dolo caso prefeitos usem verbas de forma diferente do estipulado pelo Orçamento.

HISTÓRIA
Quem disse isso?

Ilustração: Evandro rodrigues

Esta semana é o aniversário de morte do maior expoente do comunismo, o alemão Karl Marx, falecido em 5 de maio de 1818.
Para relembrar algumas de suas mais célebres frases, proponho um desafio. Quem disse isso? Marx ou Bolsonaro?

(A) Jair Bolsonaro                                (B) Karl Marx

1 ( ) Para as minorias ganharem novas condições de vida elas precisam ceder aos mais fortes.
2 ( ) Suas palavras são de idiotas!
3 ( ) As minorias têm que se curvar para as maiorias.
4 ( ) Cala boca. Quem está falando sou eu.
5 ( ) Um povo armado jamais será escravizado.
6 ( ) Jesus faz milagre e dá, o homem faz milagre e vende.