O ministro do Superior Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello, um dos mais experientes da alta corte brasileira, conversou com a coluna há poucos minutos. O STF terá pela frente a missão de analisar a delação premiada de Joesley Batista e Wesley Batista, do grupo J&F, que põe o presidente Michel Temer na linha de tiro. “O STF é a última trincheira”, diz o ministro. Acompanhe a seguir:

Como o senhor observa o que está acontecendo no País?

O momento é de cautela, serenidade e aguardar o desenrolar dos fatos.

Mas é uma crise institucional muito grande…

Sim, é uma crise atípica. Temos que aguardar para ver o que o ministro Facchin vai colocar hoje no plenário.

Na sua vida, o senhor já viu algo parecido com o que estamos acompanhando hoje?

Não, na minha vida não. Na época em que tivemos problemas sérios, em 1964, eu não acompanhava a política tão de perto.

O Brasil sairá melhor disso?

Sairá para melhor, sem dúvida alguma. O Brasil está sangrando, mas, de qualquer forma, sinaliza dias melhores.

O País nunca precisou tanto do STF como hoje…

Que ele não falte à nacionalidade. Porque ele é a última trincheira. Que o STF continue gozando da respeitabilidade do povo.

O senhor está tranquilo para os julgamentos que virão pela frente?

Estou muito tranquilo porque, para mim, processo não tem capa, tem conteúdo. Vou me pronunciar segundo o conteúdo e a minha convicção sobre a matéria.