Com uma previsão de 25% de aumento na demanda mundial de energia nos próximos 30 anos, a British Petroleum (bp) tem grandes planos para o Brasil. O presidente da bp no País, Mario Lindenhayn, afirma que a evolução das energias renováveis será muito importante nesse movimento.

“O Brasil é um dos países com maior potencial para o setor de energias renováveis. Quando comparamos com outras regiões, o Brasil desponta como um dos principais em termos de capacidade e competitividade para as energias solar e eólica”, explica o executivo, na live da IstoÉ Dinheiro, transmitida nesta quinta-feira (08).

De acordo com o executivo, nesse aumento previsto para os próximos anos a energia a gás deve seguir “resiliente”, mas os “grandes campeões” do crescimento serão as energias solar e eólica. Hoje, esses modelos representam 5% da energia mundial, mas, no médio prazo, devem alcançar mais de 40% de participação.

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“Acredito que a pandemia trouxe uma sensibilização maior sobre a importância de ações sustentáveis para o consumidor e, com isso, as energias renováveis ganham espaço. O etanol é outro exemplo de produção brasileira que é extremamente importante e também tem um alto potencial de crescimento”, ressalta.

No ano passado, a companhia anunciou a formação de uma joint venture com a Bunge, uma das empresas líderes no mercado brasileiro de etanol, bioeletricidade e açúcar. Batizada de bp Bunge Bioenergia, a empresa tem 11 usinas espalhadas pelo País, com capacidade de produzir 1,5 bilhão de litros de etanol.

A empresa britânica planeja ainda aumentar em dez vezes os investimentos em energias de baixo carbono, de US$ 500 milhões para US$ 5 bilhões; a ampliação em 20 vezes na capacidade de produção de energia renovável, de 2,5GW, para 50GW; e a redução de até 35% nas emissões das operações da companhia até 2030.

“Queremos crescer com as energias renováveis e reduzir o uso do petróleo para atender às novas demandas da sociedade de maneira saudável. Vamos passar de uma empresa de óleo para um empresa de energia com diversas frentes de atuação. Vamos nos concentrar nos ativos mais competitivos e sempre queremos novas parcerias e investir no País”, conta Lindenhayn.

Carros elétricos

Para o presidente, os carros elétricos devem se popularizar no Brasil, mas essa evolução será diferente em cada região do País. “Acho que o Brasil não deve estar nem na primeira nem na segunda grande onda desse setor, mas esses carros vão chegar aqui.”

O executivo destaca que, além do alto preço desses veículos, o Brasil tem um território muito grande e ainda não tem a infraestrutura para carregar esses carros em qualquer lugar. Lindenhayn, no entanto, ressalta a “ótima” infraestrutura que o Brasil já apresenta para o biocombustível.

“As empresas sempre escolhem onde vão atuar e o Brasil é uma grande opção. A demanda local existe e os recursos abundantes para diversos tipos de energia, inclusive as renováveis, também. Acho que o setor de energia pode crescer muito aqui”, finaliza. Assista a entrevista completa aqui ou nas redes sociais da IstoÉ Dinheiro.