A revolução do agronegócio brasileiro surpreende o mundo. No início da década de 1970 o Brasil importava alimentos. Hoje, o País é um dos cinco maiores exportadores de proteína animal, cana de açúcar, soja, café, frutas, cereais, entre outros produtos. As safras brasileiras alimentam 1,5 bilhão de pessoas e são essenciais para a segurança alimentar do planeta.

Essa evolução foi resultado da construção das cadeias produtivas do agronegócio, com destaques para a da carne bovina, que há quase meio século integrou os fornecedores de serviços e insumos, as indústrias de processamento e a comercialização de seus produtos.

Empresários e profissionais visionários, com o apoio de instituições de pesquisa, estruturaram o setor para dar a ele competitividade global. Dentro da porteira, avanços tecnológicos contribuíram com mais da metade do aumento do valor da produção. A modernização da gestão empresarial tornou o setor um dos mais dinâmicos da economia brasileira.

A perspectiva de crescimento da economia brasileira para a próxima década tem no agro um propulsor fundamental. Analistas projetam que a atividade do campo deverá bater novos recordes de produção. A atividade do gado de corte em 2020 teve uma evolução de 28% sobre 2019, enquanto a agroindústria com base na carne cresceu 20% e os serviços do agronegócio, que mantiveram essa máquina alimentícia em movimento, evoluíram 25%. A previsão para este ano é a de que esses números sejam superados com novos recordes.

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, a FAO, projetou aumento da demanda mundial por produtos agrícolas da ordem de 60% nos próximos 30 anos. O crescimento dos países asiáticos, sobretudo da China, tem integrado dezenas de milhões de novos consumidores a cada ano. Com o potencial e a produtividade que tem, o agronegócio brasileiro pode suprir grande parte dessa expansão.

Pessoalmente, nos anos 1970, ao gerir a Pecplan Bradesco Pecuária Planejada, empresa vocacionada à melhora do rebanho brasileiro pela inseminação artificial, conheci de perto a capacidade de gestão, inovação e desenvolvimento tecnológico da pecuária. Desde aquele tempo a força inovadora da pecuária se manifestava pelo empenho em desenvolver novas matrizes genéticas para a evolução do rebanho nacional. Temos tradição, competitividade e criatividade no campo.

No ano que se inicia, a retomada econômica e a criação de empregos deve ser a meta comum a todos. Esse esforço está associado ao dinamismo de setores como o agronegócio. O aumento da oferta de grãos, carne e leite, entre outros produtos, é um objetivo estratégico do País e um dos consensos que poderão transformar esperanças em realizações. A base desse movimento será a força dos setores econômicos que dão sustentação ao desenvolvimento brasileiro, como o agronegócio.

A propósito da controvérsia sobre o consumo de carne e o Bradesco, sem embargo das preferências gastronômicas e hábitos alimentares de cada um, que são prerrogativas individuais, reafirmamos o compromisso com o fomento da produção pecuária brasileira, cuja qualidade é reconhecida mundialmente.