A imagem masculina se aventurando nas estradas com sua moto está ficando cada vez mais para trás. De acordo com informações do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), o número de mulheres habilitadas para dirigir motos no Brasil subiu de 4,6 milhões para 8,2 milhões desde 2012. 

A Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) também reforça esses dados apontando que um em cada três compradores de moto atualmente no Brasil é do sexo feminino. 

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Elas ainda preferem as cilindradas baixas 

A rede de concessionárias Blokton, que possui 19 lojas e comercializa motos da Honda no estado do Paraná, também ressaltou que 30% das vendas atualmente são feitas para as mulheres. 

Os modelos favoritos são as de baixa cilindrada e que consomem pouco combustível, como a Biz, a CG 160 e a PCX. Mas a procura de modelos mais potentes como a CB 500X, NC750 e Africa Twin também vem aumentando. 

“As mulheres são mais detalhistas do que os homens na hora da compra, Querem saber sobre consumo, valor de parcela que cabe no bolso, acessórios que a motocicleta possui, capacete mais adequado, entre outros”, comenta Leise Braga, gestora da concessionária.

Moto ajudou na superação da depressão

Além de motivos mais práticos, como economizar combustível, passar menos tempo no transporte público ou até ajudar no complemento da renda, a moto pode ajudar na superação da depressão. 

Foi o que aconteceu com a empresária Telma Crummenauer, que só foi comprar a sua primeira motocicleta aos 53 anos, depois de passar 26 anos acompanhando o seu marido na garupa e que isso a ajudou na superação de uma depressão. 

Hoje ela faz parte da confraria Filhas do vento e da liberdade, que conta com mais de 10 mil simpatizantes em todo o país e participou do primeiro grupo feminino a contornar todo o estado do Paraná sobre duas rodas, em 2020.   

“As motos podem fazer muita diferença na vida das mulheres. O grupo mudou a vida de muitas delas para melhor e isso não tem idade. Eu vejo mulheres de 60 anos tirando a CNH A e arrasando nas estradas. Em cima da moto, o nosso espírito é livre”, contou.