Entrou em vigor, na segunda-feira 1º, a nova alíquota sobre os compulsórios nos depósitos a prazo, que são principalmente os Certificados de Depósito Bancário (CDB) vendidos pelos bancos. Na semana anterior, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC, foto), havia anunciado um corte nas alíquotas, que caíram para 31% ante os 33% anteriores. Instrumento de política monetária, os depósitos compulsórios são um dinheiro captado pelos bancos que tem de ficar guardado no BC. Ao reduzir as alíquotas, há mais capital disponível para os bancos e, teoricamente, mais espaço para o corte de juros ao tomador final. O compulsório sobre os depósitos a prazo havia sido reduzido de 34% para 33% em novembro passado. Segundo as estimativas do BC, a mudança na alíquota deverá começar a fazer efeito a partir da segunda quinzena de julho e poderá liberar até R$ 16 bilhões para ser emprestados. No fim de junho, havia cerca de R$ 460 bilhões em compulsórios trancados no BC, dos quais R$ 250 bilhões referentes aos depósitos a prazo. (Cláudio Gradilone)

 

Poder feminino

Christine Lagarde assume Banco Central Europeu

A francesa Christine Lagarte foi eleita a nova presidente do Banco Central Europeu (BCE) na terça-feira 2. Formada em Direito, ex-campeã francesa de nado sincronizado, Lagarde, 63 anos, foi ministra do Comércio Exterior (2005-2007) e depois ocupou a pasta das Finanças, Indústria e Emprego (2007-2011). Isso a credenciou a assumir a presidência do Fundo Monetário Internacional em 2011, depois que uma rumorosa acusação de assédio sexual tirou do comando o conterrâneo Dominique Strauss-Khan. Christine é a primeira mulher a chefiar o BCE, assim como foi a primeira a comandar o FMI.

 

Dança das cadeiras

Kraft Heinz formaliza troca de presidente

A gigante de alimentos controlada pelo fundo de investimentos 3G Capital, do bilionário brasileiro Jorge Paulo Lemann, tem um novo CEO desde a segunda-feira 1: o português Miguel Patrício. A troca de cadeiras entre Patrício, que atuava como diretor de marketing da cervejaria AB InBev, e o brasileiro Bernardo Hees vinha sendo preparada pela companhia desde abril. A substituição faz parte das mudanças praticadas pelo grupo 3G desde que a Kraft Heinz se viu obrigada a fazer uma baixa contábil de US$ 15,4 bilhões no início do ano.

 

260 mil toneladas de pipoca

Uma pesquisa realizada pela Maia Research Analysis mostra que a quantidade de pipoca consumida pelos brasileiros no ano passado movimentou US$ 628 milhões, o que faz do País o segundo maior consumidor do produto no mundo, atrás somente dos Estados Unidos.

 

Controle

Governo vai exigir ponto eletrônico para servidores

O Ministério da Economia informou, na segunda-feira 1, que um sistema de ponto eletrônico será implementado nos próximos 12 meses para 410 mil servidores públicos federais. Até então, o controle de frequência dos colaboradores era feito em papel, muitas vezes de forma precária. De acordo com a pasta, a medida já começou a ser aplicada para os funcionários da Advocacia-Geral da União (AGU), Agência Nacional de Cinema (Ancine) e Universidade Federal de Tocantins. O registro digital só não será obrigatório para os 146 mil professores das universidades públicas federais e servidores com funções comissionadas de nível 4 ou mais, os chamados DAS. Para o Ministério, a medida deve aumentar a transparência e eficiência no serviço público. “Haverá uma redução expressiva do número de profissionais que trabalham com gestão de pessoas e são responsáveis por esse controle”, diz o secretário de Gestão e Desempenho de Pessoal, Wagner Lenhart.

 

“Acabou o amor, Bolsonaro traidor!”

Palavra de ordem dos policiais civis e federais em protesto, na terça-feira 2, contra a reforma da Previdência. Apoiado politicamente pela categoria, o presidente teve de entrar em campo para negociar regras junto aos congressistas. Na quarta-feira 3, em cerimônia do Exército, ele disse: “Fiquem tranquilos, meus colegas das forças auxiliares. O sacrifício tem de ser dividido para todos, para que possamos colher os frutos lá na frente.”

 

Previdência

Relator garante benefício integral a professoras com aposentaria aos 57 anos

O relator da Reforma da Previdência, Samuel Moreira (PSDB-SP), foi generoso com os professores brasileiros em seu texto final. A proposta dele é que as professoras possam se aposentar aos 57 anos (contra 60 do projeto do governo), com salário integral e com direito aos mesmos aumentos concedidos aos funcionários da ativa. O tempo de contribuição também deve ser reduzido para 25 anos (contra 30 do projeto original). A equipe econômica é contra as alterações e alega que elas provocariam uma redução de R$ 2,7 bilhões na economia planejada para os próximos dez anos.

 

Números

R$ 1, 071 trilhão – É a economia que a reforma da Previdência pode gerar depois dos ajustes feitos pelo relator Samuel Moreira (PSDB-SP). Ele inclui na conta R$ 83,9 bilhões com o fim da isenção previdenciária das exportações agrícolas.

13,45% – Foi o aumento da venda de veículos automotores no primeiro semestre de 2019, em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Genabrave). Foram quase 2 milhões de unidades licenciadas, contra cerca de 1,7 milhão em 2018.

123,1 mil – Novas vagas formais de trabalho foram criadas no setor de saúde nos últimos doze meses, alta de 3,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar. Só de fevereiro a maio deste ano, a saúde gerou 38 mil novos postos de trabalho.

0,85% – É a nova projeção de crescimento para a economia em 2019, segundo pesquisa Focus, do Banco Central. Essa é a 18a queda consecutiva na projeção.

3,7 milhões – De empregos podem ser criados nos próximos 10 a 15 anos, caso
a MP da liberdade econômica passe no Congresso.