Nove suspeitos foram presos nesta quarta-feira, 31, por roubo e desvio de remédios de alto custo. A investigação é do Grupo de Apoio Especial de Combate ao Crime Organizado do Estado de São Paulo, do Ministério Público paulista, e começou em 2015.

O Gaeco identificou que o esquema furtava, roubava ou desviava medicamentos de alto custo de órgãos públicos e, em seguida, por meio de empresas de fachada, vendia os remédios a clínicas, hospitais e outros estabelecimentos de saúde. As transações eram feitas por meio de um escritório em Bauru, no interior paulista. Segundo o Gaeco, os líderes do esquema atuavam neste local.

Os promotores afirmam que os medicamentos comercializados eram obtidos junto a pessoas físicas, e não perante distribuidoras regularmente autorizadas. Por isso, não estavam sujeitos à atividade do órgão fiscalizador, responsável pela qualidade, segurança e eficácia dos medicamentos, que muitas vezes precisam de armazenamento com controle de temperatura.

Por meio das vendas desses medicamentos a clínicas e hospitais, públicos e particulares, afirma o Gaeco, o esquema teve um faturamento total de R$ 8.217.534,34 entre setembro de 2014 e outubro de 2015 e de R$ 8.294.888,87 entre novembro de 2015 e maio de 2016.

As ordens judiciais de prisões e de sequestro de bens foram cumpridas em Araraquara, Guarulhos, São Paulo, Brasília, Colatina, no Espírito Santo, e Goiânia, em Goiás. Em Bauru e Osasco, houve cumprimento de mandado de busca. Os investigadores apreenderam medicamentos em quatro endereços.

A Corregedoria-Geral da Administração, a Polícia Militar e os Gaecos do Distrito Federal, Goiás e Espírito Santo atuam em parceria com o Ministério Público de São Paulo nesta investigação.

A atuação conjunta da Corregedoria-Geral da Administração deu-se em razão do envolvimento de funcionário público estadual. Houve diligências de fiscalização junto a hospitais públicos.

Passo a passo

Após o início da apuração, em 2015, o Gaeco denunciou 15 investigados por organização criminosa, por crime contra a saúde pública e receptação dolosa qualificada. Os alvos moravam nas cidades de Piratininga, Bauru, São Paulo, Campinas, Ribeirão Preto e Goiânia (GO).

Na época, foram cumpridos 12 mandados de prisão preventiva e efetuadas buscas em 37 endereços, além da execução do sequestro de bens móveis e imóveis.