A chegada de novas variantes da Covid-19 é vista como um dos principais perigos, que podem intensificar a crise e atrasar o combate à doença viral, segundo especialistas britânicos citados pelo ‘The Guardian’.

Graham Medley, membro do grupo de aconselhamento cientifico do Reino Unido, considera que o surgimento de novas variantes é “claramente algo que os cientistas devem levar muito a sério, porque nos pode colocar num longo caminho”.

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“Uma nova variante, capaz de resistir à imunidade, seria essencialmente um novo vírus”, afirmou. “A vantagem é sabermos que podemos gerar vacinas contra esse vírus – e de forma relativamente rápida. A desvantagem é que estaríamos de volta à mesma situação em que estávamos há um ano”, sublinhou ao jornal.

Por sua vez, Marc Baguelin, membro da equipe de resposta Covid-19 do Imperial College, defendeu que prevenir a importação de variantes de preocupação, com “propriedades de resistência imunológica moderadas a altas será crítico, porque a sua propagação pode levar a futuras vagas, mais graves do que as registadas até agora”.

“É improvável que este novo vírus resista totalmente à imunidade de infeções anteriores ou vacinas”, disse o especialista. “Alguma imunidade deve manter-se pelo menos nos casos mais graves”, acrescentou sublinhando que “provavelmente seríamos capazes de atualizar as vacinas atuais para incluir a nova estirpe”.

Contudo, alertou, “fazer isso demora meses e significa que podemos ter de impor novamente restrições se houver um risco significativo para a saúde pública. O nível de restrições deve ser proporcional à quantidade de vírus que resiste às vacinas atuais”, defendeu.

A pandemia de Covid-19 já provocou 207,2 milhões de infecções em todo o mundo, causando ainda 4,3 milhões de vítimas mortais, segundo a contagem da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos.