As novas sanções dos EUA anunciadas na quinta-feira (20) contra cinco altos cargos do Conselho dos Guardiães do Irã demonstram o desdém de Washington pela democracia – tuitou o porta-voz desta instituição encarregada de controlar as eleições no Irã, que acontecem nesta sexta-feira (21).

“O regime americano demonstrou [com estas sanções] que a democracia não lhe importa e que prefere regimes ditatoriais na região”, escreveu Abas Ali Kadkhodai, um dos cinco destinatários das sanções anunciadas na véspera das eleições legislativas da República Islâmica.

Cerca de 58 milhões de iranianos são esperados nas urnas, nesta sexta, para elegerem seus deputados.

O Conselho de Guardiões descartou milhares de candidatos para essas eleições, apoiados pelo Presidente Hassan Rohani. A maioria deles integra a coalizão governamental composta por moderados e reformistas.

“Agora estamos mais determinados a proteger o voto do povo”, acrescentou Kadkhodai.

As medidas anunciadas pelos Estados Unidos impõem um congelamento a quaisquer ativos mantidos nos EUA por essas autoridades, que também foram proibidas de ingressar no território americano.

O aiatolá Ahmad Jannati, chefe do Conselho dos Guardiões e também afetado pelas novas sanções, ironizou a decisão dos EUA de adicionar seu nome à lista negra.

“Me pergunto: o que vamos fazer com todo dinheiro que temos em contas nos Estados Unidos?”, questionou, junto com Kadkhodai, depois de votar.

“Agora não podemos sequer ir comemorar o Natal!”, acrescentou rindo o dignitário xiita, de acordo com imagens transmitidas pela televisão pública.

Já o Ministério iraniano das Relações Exteriores afirmou que as novas sanções mostram apenas o “desespero” de Washington diante do “fracasso” de sua campanha de “pressão máxima” contra Teerã.

“Suas sanções loucas e covardes não impressionam o Irã, que continuará seu caminho para um futuro radiante”, afirmou o porta-voz do Ministério, Abas Musavi, em um comunicado.