A nova variante do coronavírus foi identificada no Brasil. Pelo menos dois casos já foram detectados em pacientes de São Paulo. A nova cepa é a mesma que foi encontrada no Reino Unido e que já circula em outros países da Europa e da Ásia. Cientistas afirmam que a mutação torna o Sars-CoV-2 ainda mais transmissível do que o vírus que já circula no mundo inteiro.

A nova variante foi encontrada pelo laboratório Dasa e já foi comunicada ao Instituto Adolfo Lutz e à Vigilância Sanitária. Os estudos no Brasil começaram logo depois que a nova cepa foi identificada no Reino Unido.

+ Canadá detecta dois primeiros casos de variante do novo coronavírus
+ Variante sul-africana do coronavírus não é mais perigosa que a britânica, diz ministro

O laboratório analisou 400 amostras de saliva de testes RT-PCR, método que detecta o código genético (RNA, nesse caso) do vírus nas amostras.

A confirmação da cepa foi feita por meio de sequenciamento genético, em parceria com o Instituto de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IMT-FMUSP).

“O sequenciamento confirmou que a nova cepa do vírus chegou ao Brasil, como estamos observando em outros países. Dado seu alto poder de transmissão esse resultado reforça a importância da quarentena, e de manter o isolamento de 10 dias, especialmente para quem estiver vindo ou acabado de chegar da Europa”, informou Ester Sabino, pesquisadora do IMT-FMUSP.

A mutação não é mais letal do que outras cepas dominantes, mas pode ser mais transmissível. No Reino Unido, ela já representa mais de 50% dos novos casos diagnosticados, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

“A prevenção ainda é o método mais eficaz para barrar a propagação do vírus: lavar as mãos, intensificar o distanciamento físico, usar máscaras e deixar os ambientes sempre ventilados. Apesar das festas de fim de ano e das férias que se aproximam, é imperativo reforçar os cuidados”, explica o diretor médico da Dasa, Gustavo Campana.