Mais uma variante da covid-19 foi descoberta no Brasil. Dessa vez, cientistas liderados pelo Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) encontraram a variante que teria surgido em agosto e se espalhou por todos os estados do Brasil, com exceção do Centro-Oeste.

A nova variante, que também foi descrita em um trabalho independente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), tem uma origem diferente das linhas brasileiras P1 e P2, mas ainda assim provoca apreensão nos cientistas porque compartilha da mutação E484K na proteína S do vírus, ponto central das vacinas e testes de diagnóstico da covid-19.

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A mutação é responsável por ampliar a capacidade de transmissão do vírus nas pessoas e não é possível delimitar, ainda, se as vacinas em produção são eficazes contra ela.

Os cientistas alertam que mesmo que a variante seja ainda mais potente e derrube o poder de alcance das vacinas contra o coronavírus, imunizar a população com rapidez tende a evitar o surgimento de novas mutações da doença, além de diminuir o impacto dessa mutação em quem for infectado.

Para encontrar o sequenciamento genético da variante, foram analisados 195 genomas de pacientes infectados em 39 municípios de cinco estados (Rio de Janeiro, Amazonas, Bahia, Paraíba e Rio Grande do Norte). Esses genomas foram depositados em bases de dados públicas internacionais (GISAID).

O período de coleta durou do dia 1° de dezembro a 15 de fevereiro, com pacientes de 11 a 90 anos, sendo 92 homens e 93 mulheres.