Chamada “Spikevax bivalente original/Ômicron”, é considerada de “nova geração” e dirigida à variante Ômicron. Foi aprovada na segunda-feira pelo regulador britânico e está sob revisão contínua da Agência Europeia do Medicamento. Mas, afinal, como funciona esta vacina e o que a diferencia das restantes?

A vacina “Spikevax bivalente original/Ômicron” ou também conhecida como mRNA-1273.214 é desenvolvida pela farmacêutica norte-americana Moderna. Trata-se de uma dose de reforço da vacina contra a Covid e é bivalente, dado que contém 25 microgramas da vacina contra a linhagem B.A.1 da Ômicron e 25 microgramas da vacina original contra o SARS-CoV-2. Esta vacina foi aprovada na segunda-feira pelo regulador do Reino Unido e é recomendada para pessoas a partir dos 18 anos.

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Segundo o comunicado divulgado pela Agência Reguladora de Medicamentos e Dispositivos Médicos (MHRA) do Reino Unido, perante a análise aos ensaios clínicos realizados, esta vacina demonstrou uma “resposta robusta” contra a linhagem BA.1 da Ômicron, bem como contra o vírus original. Além disso, numa análise exploratória esta vacina bivalente e considerada de “nova geração”, mostrou ainda uma boa resposta contra as linhagens BA.4 e BA.5 da Ômicron, assinala ainda a nota de imprensa divulgada pela Moderna.

De acordo com outro comunicado, divulgado pela farmacêutica norte-americana no dia 11 de julho, os participantes do estudo que receberam esta vacina de reforço tinham níveis de anticorpos contra essas linhagens 1,69 vezes superiores aos que receberam o reforço da vacina original.

O Reino Unido se tornou no primeiro país do mundo a aprovar a utilização de emergência de uma vacina bivalente contra a Covid-19. Não obstante, há outros países que já iniciaram o processo de revisão contínua desta vacina. É o caso da Austrália, Canadá e União Europeia (UE), sendo que a farmacêutica espera “mais decisões de autorização nas próximas semanas”.

De acordo com a Sky News, a Agência Europeia do Medicamento deverá se pronunciar sobre a aprovação ou não desta vacina em setembro.

As vacinas que estão atualmente sendo administradas têm revelado eficácia na prevenção da infecção e são ainda mais eficazes na prevenção das formas graves de doença, isto é, ao nível dos internamentos e morte. Não obstante, com as vacinas de segunda geração pretende-se combater algumas fragilidades que têm sido identificadas, quer seja ao nível das condições de armazenamento, método de administração ou no bloqueio da transmissão e na resposta às variantes que vão surgindo.

Além da Moderna, também a Pfizer está desenvolvendo uma vacina contra a Covid mais adaptada à Ômicron, tendo iniciado os testes clínicos em humanos em 25 de janeiro deste ano. A EMA iniciou o processo de revisão contínua desta vacina em 15 de junho e na semana passada antecipou que prevê tomar uma decisão sobre a mesma no outono.