A segunda lista de Rodrigo Janot é três vezes maior que a primeira. Nesta terça-feira, 14, O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF), 83 pedidos de abertura de inquérito. Em 2015, na primeira lista, Janot requereu 28 inquéritos contra 49 deputados e senadores com base nas delações premiadas do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa.

Naquele ano, além dos 28 inquéritos, Janot solicitou arquivamentos e alguns pedidos de declínio de competência. Agora, com base nas delações premiadas de 78 executivos e ex-executivos da Odebrecht e da Braskem, ele pediu a abertura de 83 inquéritos ao todo, e mais 211 processos de declínio de competência (para que as investigações sejam conduzidas em outras instâncias inferiores), nove arquivamentos e 19 ‘outras providências’, segundo informou a Procuradoria. Os números dos políticos investigados ainda estão sob sigilo, mas Janot pediu ao ministro Luiz Edson Fachin que torne públicos os autos dos inquéritos.

Desde a primeira lista de Janot, foram surgindo novas delações, como a do ex-senador Delcídio Amaral, e as investigações foram se aprofundando e envolvendo novos políticos. Nenhuma das colaborações até agora, contudo, tinha a mesma dimensão e o mesmo volume de provas que a da Odebrecht, com potencial para atingir alguns dos principais políticos dos principais partidos brasileiros, da base e da oposição ao governo, além de também de implicar políticos e agentes públicos em obras no exterior. Diferente dos outros casos, as colaborações da Odebrecht e da Braskem foram firmadas simultaneamente com Brasil, Suíça e Estados Unidos.

Do pacote inicial de Janot, foram apresentadas 20 denúncias contra 59 acusados perante o Supremo. Destas, seis denúncias já foram recebidas, sendo duas delas contra o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB), que após ser cassado em setembro de 2016 teve seus processos desmembrados para as instâncias inferiores.