O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), defendeu nesta quarta-feira, 6, uma revisão no sistema político brasileiro. Sem citar diretamente uma opção pelo parlamentarismo, mas elogiando o modelo parlamentarista de Portugal, o dirigente tucano defendeu que o sistema presidencialista não comporta a dinâmica política do Brasil. “Nosso presidencialismo é uma ditadura de mandato, uma definição por quatro anos que, se você cansa, só resolve com impeachment, que é uma coisa muito traumática”, avaliou.

Segundo Alckmin, o modelo político atual inibe a participação dos partidos e fortalece as corporações, que têm capacidade de garantir votos no cenário eleitoral competitivo. Com os candidatos disputando votos em grandes bases geográficas, com eleitores espalhados pelos Estados, aqueles que são vinculados a uma corporação têm a vantagem.

“Para se eleger deputado, você precisa praticamente fazer uma campanha de governador. Aí, só quem tem tempo na telinha para se eleger, um Romário, um Tiririca ou um Celso Russomanno”, disse Alckmin, defendendo a adoção do voto distrital completo ou do voto distrital misto como forma de “fortalecer os partidos.”

O ex-governador também elogiou o Congresso brasileiro, afirmando que “é o Parlamento que está tocando as reformas aqui no Brasil”.