O presidente do Rappi no Brasil, Sérgio Saraiva, está muito otimista em relação ao futuro da empresa. Sem modéstia, a ideia é transformar a companhia em um super aplicativo. “Nosso objetivo é fazer do Rappi o maior aplicativo da América Latina”, diz. Ele foi o entrevistado, nesta quinta-feira (15), da live da IstoÉ Dinheiro.

Presente em nove países da América Latina, a empresa dirigida por Saraiva vale aproximadamente US$ 3,5 bilhões e atua em 100 cidades do Brasil.

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Em conversa com o editor de Negócios da Dinheiro, Hugo Cilo, o executivo falou sobre os novos negócios da Rappi, como o recente lançamento do marketplace de viagens e hospedagem, Happi Travel.

O Rappi, que surgiu como uma plataforma de delivery – supermercado, restaurantes, farmácia, bebidas, e-commerce e até entretenimento, planeja inúmeros outros voos.

A empresa é focada no usuário e, com o banco de dados riquíssimo em informações dos clientes, busca integrar ainda mais a jornada do consumidor, ampliando o ecossistema. “Oferecemos conveniência na sua casa”, destaca o executivo.

O formato de gestão do Rappi é que todo mundo tenha cabeça de dono e de empreendedor. Isso significa que as pessoas com esse perfil têm atitude, enxergam oportunidade, perguntam, exploram, buscam melhorar. Em uma frase: “Engajamento. O Rappi não pode ganhar sozinho”, diz Saraiva.

Na corrida para se transformar em um super aplicativo com diferentes cardápios de serviços ao consumidor, a empresa anunciou, há poucos dias, o Rappi Travel – plataforma que integra parceiros com as melhores ofertas de viagens e abrange empresas que comercializam passagens de avião e ônibus, hospedagem e pacotes turísticos.

A ideia de lançar o Rappi Travel está alinhada com a estratégia de crescimento dos negócios, oferecendo as melhores marcas e os melhores parceiros da indústria de viagem e turismo sempre com vantagens para ao consumidor. O que já ocorre com as outras verticais dentro do Rappi.

Com isso, o aplicativo entra para o time das Agências de Viagem Online (OTAs, na sigla em inglês). “Será possível resolver tudo sozinho na plataforma, como alterar um assento ou uma passagem durante a madrugada”, diz.

Saraiva pretende colocar a empresa no ecossistema do turismo e ajudar a turbinar a retomada da economia.

A nova funcionalidade vem se somar a outras inovações da empresa que estão sendo planejadas, como trabalhar com serviços financeiros, em que o usuário consiga resolver todas as suas necessidades de transacionar economias num simples toque.

O executivo não revela ainda detalhes do projeto, mas cita como exemplo o programa de acumular milhas com os gastos e assim podendo trocá-las por produtos. “Um processo de inovação super contínuo”, afirma.

Saraiva assumiu o comando do Rappi no Brasil em janeiro deste ano, vindo da Cielo. Desde então, ele comanda um processo de reestruturação e ajuste na estratégia de negócios.

Com a crise econômica e financeira fruto da pandemia do coronavírus, a empresa, que havia recebido um investimento de US$ 1 bilhão do Softbank no final de 2019, voltou a contratar e viu seus negócios crescerem 300% no início da quarentena.

Além de resultados importantes, a empresa lida com os desafios impostos pela chamada gig economy, um recente conceito de economia que envolve novos tipos de relações de trabalho e que atende às necessidades, tanto dos clientes, das empresas, quanto de quem está em busca de novas fontes de renda.

Denominada também como economia freelancer, a gig economy ganhou espaço no mercado mundial devido à flexibilização da era digital, cuja relações de trabalho puderam se tornar mais dinâmicas e atendendo necessidades de ambos os lados, por meio da prestação de serviços freelancer, com trabalhos temporários ou de curto prazo.

Esse novo modelo de negócio tem gerado críticas relacionadas à precarização nas relações de trabalho, o que motivou um dia de paralisação dos entregadores de aplicativos de entrega de comida, em diversas cidades brasileiras, no início deste semestre.

Na live, Saraiva emite opiniões pessoais da economia nacional e adverte: “O governo federal terá que dar estímulos financeiros para vários setores da economia.”

Disse mais. Para ele, aumentar a carga tributária neste momento, como quer setores do governo, “vai criar problemas gigantescos a médio e longo prazo.” Para concluir, ele afirma que “o objetivo da Rappi no Brasil é a longo prazo.”