O CEO da Locaweb, Fernando Cirne, prevê bons resultados para a companhia nos próximos meses e anos. “Nós nos preparamos para crescer, independente da covid-19.” Após a empresa passar por algumas mudanças, o faturamento de 2019, por exemplo, atingiu R$ 385,7 milhões. O montante reforça a tese do executivo, tendo em vista que representou alta de 22,5%. “Teremos um futuro brilhante”, garante.

Seu otimismo tem lastro na remodelagem de negócios que a Locaweb realizou. Investiu na ampliação de portfólio para reduzir a dependência do negócio de hospedagem de sites, serviço que é especialista. Com isso, ferramentas de comércio eletrônico e ofertas no modelo de assinatura (SaaS) representam hoje 61% das vendas. Desta maneira, com ou sem o impulso da pandemia do coronavírus, que obviamente contribuiu para a companhia, o caminho é muito promissor na visão de Cirne.

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A estratégia do grupo é liderar um ecossistema de serviços que favoreça a digitalização de outras empresas, em especial as pequenas e médias. Na tarde de hoje (06), ele foi o entrevistado da live IstoÉ Dinheiro. Em conversa com o diretor de núcleo da Editora Três, Celso Masson, Cirne falou do segmento de e-commerce, que teve o melhor desempenho com uma alta de 46,5% no faturamento. E também deu detalhes sobre o sucesso que foi a operação de IPO (Oferta Pública Inicial, na sigla em inglês) da empresa, que levantou R$ 1,3 bilhão.

O executivo faz parte do time de executivos da Locaweb desde 2012. Antes de se tornar CEO da empresa criada em 1998, o executivo foi head de Marketing e diretor de Varejo, além de integrar o conselho da All iN, unidade de negócios do Grupo Locaweb dedicada ao Cloud Marketing.

Com passagem pela Ernest & Young Consulting e pelo setor de assinaturas da Abril, Cirne tem se dedicado a reinventar a Locaweb por meio de um agressivo plano de expansão e investimento ao longo dos últimos anos, com destaque para a compra de seis empresas e startups, além da abertura ocorrida em fevereiro deste ano.

A pandemia da covid-19, para Cernie, acelerou a transformação digital no Brasil. “Faturamos em quatro meses este ano mais que em todo ano passado. Nossas vendas de novas lojas cresceram 80%”, comemora.“É um momento desafiador para quem não tinha cultura digital e teve que se digitalizar rapidamente para poder sobreviver.”

No ano passado, a empresa adquiriu a Cluster2GO, empresa de gerenciamento de serviços multicloud, entrando assim em um mercado quente no momento, pelo menos em nível corporativo.

“Só compramos empresas que os donos irão ficar com a gente”, disse. “Percebemos que uma das principais razões de venda da nossa plataforma é o nosso conteúdo”, entende. “Muita gente acessa o conteúdo que é aberto, mesmo para quem não é cliente, e vira cliente porque aprendeu com a gente”, explica. “Nosso DNA é fazer empresas crescerem e prosperarem pela tecnologia”, diz.

Fundada no final dos anos 1990 pelos primos Gilberto Mautner e Claudio Gora, a Locaweb tem 60% da sua receita vinda de hospedagem de sites, mercado no qual é líder no País com 21,6% de share, bem à frente do segundo player, a Hostgator, com 8%, e do UOL, com 6,6%.

Com 97% dos funcionários trabalhando a distância, a base da companhia conta mais de 350 mil clientes, 5,5 milhões de caixas postais, 14 mil servidores cloud e mais de 19 mil desenvolvedores parceiros.

Para comportar todos esses dados, a empresa possui um data center com 25 mil servidores no campus da Locaweb em São Paulo (SP). O local tem 55.000 m², sendo 35.000 m² de área verde preservada.

Além disso, as outras unidades de negócio estão instaladas em cidades como Curitiba (PR), Recife (PE) e Marília, no interior de São Paulo (Tray e Yapay). “A gente vê muito espaço ainda para crescer, não é porque tenho caixa, é que tem espaço. Porque se melhorou para mim, melhorou para muita gente. Então, a gente tá vendo muita possibilidade.”