A Securities and Exchange Commission (SEC, a CVM norte-americana) multou a divisão de gestão de investimentos do Bank of New York Mellon (BNY Mellon) em US$ 1,5 milhão por alegações enganosas sobre fundos que usam critérios ambientais, sociais e corporativos (ESG, na sigla em inglês) para escolher ações.

Na segunda-feira, a SEC informou que a empresa concordou em pagar o valor depois que os reguladores descobriram que alguns fundos mútuos que a companhia administra não passaram por revisão de qualidade sobre ESG entre julho de 2018 e setembro de 2021. O BNY Mellon não admitiu nem negou a denúncia.

Em comunicado, o BNY disse que nenhum dos seis fundos em questão fazia parte de suas ofertas específicas de fundos sustentáveis. A empresa afirmou ter atualizado seus materiais de comunicação com investidores para serem mais precisos e completos.

Os reguladores estão com dificuldades para acompanhar um boom de investimentos em ESG que recentemente aumentou os ativos administrados por esses fundos para trilhões de dólares. Existem poucos padrões consistentes para o que constitui uma ação ou título ESG, levando alguns analistas a alegarem que grandes bancos e gestores de ativos estão fazendo “greenwashing” (lavagem verde, em tradução livre) – apropriando-se de alcunhas responsáveis em produtos que não necessariamente seguem esses critérios.

Muitos fundos de ações focados em sustentabilidade favorecem ações de grandes empresas de tecnologia, como a Microsoft, que pontuam bem nas classificações ESG, mas já dominam o mercado de ações, também levando alguns observadores a questionar o quanto elas estão realmente beneficiando o meio ambiente.