(Reuters) – Norte-americanos estão encarando um segundo Natal de transtornos nos planos de viagem, já que uma disparada de infecções de Covid-19 atiçada pela agora predominante variante Ômicron força algumas pessoas a cancelarem passeios e a se preocupar se é seguro visitar os entes queridos.

Carmen Rivera e a noiva, Jasmine Maisonet, tomaram a decisão dolorosa de cancelar os voos para visitar a família na Flórida e em Porto Rico depois que Maisonet foi exposta a um colega de trabalho infectado e foi diagnosticada com Covid-19.

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Rivera, integrante recém-eleita do conselho municipal de Renton, em Washington, não vê a família em Porto Rico desde o início da pandemia. Como a onda mais recente de Covid-19 infecta até aqueles que receberam vacinas e doses de reforço contra a doença, como Maisonet, ela disse que dói passar mais uma época de férias no isolamento.

“Achávamos que estávamos seguras, estávamos lavando as mãos, fazendo higiene, vacinadas, usando máscaras. Acreditamos na ciência”, disse Rivera.

O aumento rápido de infecções causado pela Ômicron, que foi detectada pela primeira vez no mês passado e hoje responde por 73% dos casos dos Estados Unidos, cria mais confusão e preocupação na iminência das viagens de férias. Muitos norte-americanos correram a centros de exames de Covid-19 ou se apressaram para obter exames domiciliares nesta semana para ter a certeza de um resultado negativo antes de partirem para ver os parentes.

Na terça-feira, o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que as pessoas vacinadas deveriam tomar precauções, mas se sentir à vontade para comemorar as festas com familiares e viajar tal como planejado, apesar da onda de Ômicron.

“Vocês sabem que fizeram a coisa certa”, disse ele. “Aproveitem a época de festas.”

Ele enfatizou que as pessoas que não se vacinaram correm um risco muito maior de morrer do vírus e que deveriam se imunizar.

Empresas de viagem estão apostando que os norte-americanos vacinados seguirão o conselho de Biden e mantêm uma perspectiva otimista para a época de férias deste ano, aproveitando o ímpeto de uma retomada de viagens durante o Dia de Ação de Graças.

A Associação Americana do Automóvel (AAA) estima que 109 milhões de pessoas pegarão as estradas, embarcarão em aviões ou viajarão de outras maneiras a distâncias de mais de 80 quilômetros entre 23 de dezembro e 2 de janeiro, o que representaria um aumento de 34% em relação a 2020, de acordo com um comunicado da AAA.

Mas a porta-voz da entidade, Ellen Edmonds, disse que a estimativa foi compilada antes de 14 de dezembro e o pico de casos ocorrido desde então pode provocar cancelamentos.

(Por Julia Harte, Rich McKay, Michaela Garber, David Shepardson e Gabriella Borter)

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