A segunda guerra contra o Afeganistão já se tornou o mais longevo conflito militar da história dos Estados Unidos, desde 2001, após o atentado terrorista às Torres Gêmeas. Além das dezenas de milhares de mortos e da volta do Talibã ao poder neste domingo (15), a fatura da guerra será enorme e não será quitada antes de 2050.

Segundo a série de pesquisas “Custos da Guerra“, das universidades de Harvard e Brown, coordenada por Linda Bilmes, que já publicou com o nobel Joseph Stiglitz “A Guerra de US$ 3 trilhões“, os confrontos simultâneos contra Afeganistão e Iraque entre 2003 e 2011 vão gerar, até 2050, um custo com juros estimado em até US$ 6,5 trilhões. O ápice de amortização desses juros será apenas em 2048.

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Como o governo dos Estados Unidos emitiu títulos de dívida pública para financiar suas empreitadas militares pelo mundo até 2020, esse montante dos custos diretos das guerras do Afeganistão e do Iraque é estimado em US$ 2 trilhões.

O estudo também apresenta uma comparação quanto a políticas tributárias que financiaram guerras históricas:

Guerra da Coreia: Harry Truman aumentou em 92% os impostos das pessoas mais ricas;
Guerra do Vietnã: Lyndon Johnson aumentou os impostos das pessoas mais ricas em 77%;
Guerra do Iraque: George W. Bush reduziu os impostos dos mais ricos em 8%.

A pesquisa também mostra como os altos gastos com veteranos de guerra afeta os cofres públicos dos Estados Unidos: são estimados mais de US$ 2 trilhões apenas em pagamentos de planos de saúde, deficiências físicas causadas pela guerra e enterros.