Um deputado do Partido Trabalhista anunciou nesta sexta-feira a sua saída da principal força de oposição britânica, em razão, segundo ele, do “antissemitismo” que há no movimento, seguindo o exemplo de oito outros legisladores, que criaram um grupo independente no Parlamento.

“Eu me envergonho do Partido Trabalhista sob a liderança de Jeremy Corbyn”, escreveu Ian Austin nas páginas do jornal Express & Star, publicação local de sua circunscrição de Dudley, no centro da Inglaterra.

“O partido é mais duro contra as pessoas que se queixam do antissemitismo do que contra os antissemitas”, acrescentou, denunciando uma “cultura de extremismo, antissemitismo e intolerância”.

Oito deputados trabalhistas renunciaram nos dias anteriores, denunciando ao mesmo tempo a forma como o líder do partido, Jeremy Corbyn, administra o Brexit e as acusações de antissemitismo.

Este último, defensor de uma esquerda radical e eurocética, é acusado de não se posicionar claramente sobre o Brexit e de não agir com força suficiente contra as numerosas alegações de antissemitismo dentro da formação.

Ian Austin considerou que “a esquerda radical está agora com as rédeas do partido”.

No entanto, este deputado, que é partidário do Brexit, disse que não irá aderir ao novo Grupo Independente, favorável a um segundo referendo sobre a saída da União Europeia.