O Relatório Trimestral de Inflação (RTI) publicado na manhã desta quinta-feira, 30, pelo Banco Central indica que a chance de estouro do piso da meta de inflação este ano é maior que a chance de descumprimento do teto da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O centro da meta para o IPCA é de 4,5%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais (6,0%) ou para menos (3,0%).

No cenário que considera juros e câmbio conforme o Relatório de Mercado Focus (antigo cenário de mercado), a chance de estouro do teto da meta em 2017 diminuiu de 17% para 4%, enquanto a chance de estouro do piso da meta é de 19%. Para 2018, a probabilidade de descumprimento da meta está em torno de 14% para ambos os limites – superior e inferior.

Já em um cenário híbrido com câmbio constante a R$ 3,10 e juros conforme a Pesquisa Focus, a chance de estouro do teto da meta em 2017 é de 3%, enquanto a chance de estouro do piso da meta é de 21%. Para 2018, esse cenário traz uma probabilidade de descumprimento do teto em 11% e do piso em 18%.

IPCA para 2019

As projeções do mercado financeiro para a inflação têm caído e as estimativas para 2019 estão ligeiramente abaixo do patamar de 4,5%. Para o Banco Central, “essas medidas encontram-se ligeiramente abaixo de 4,5%, possivelmente refletindo expectativas sobre definição das metas para a inflação no futuro”.

Ainda não há meta de inflação para 2019 e o número será decidido em junho pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Sem meta estabelecida, o ano ainda não é parte dos horizontes mais importantes da política monetária. Entre economistas, há debate sobre a possibilidade de redução do centro da meta, atualmente em 4,50%.

Nesse trecho do RTI, os diretores do BC notam que as expectativas de inflação na pesquisa Focus encontram-se em torno de 4,1% para 2017 e em torno da meta de 4,5% para 2018.