Em meio à impopularidade do prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), rejeitado por 55% da população de acordo com a mais recente pesquisa Ibope, a disputa por uma vaga no segundo turno carioca se acirrou nas últimas semanas. Pelo levantamento, divulgado na última sexta-feira, Crivella tem 14% das intenções de voto, mesmo número da deputada estadual Martha Rocha, do PDT. A candidata do PT, a deputada federal Benedita da Silva, tem 9%.

Como a margem de erro é de três pontos porcentuais, para mais ou para menos, Benedita está tecnicamente empatada com Crivella e Martha Rocha. Os três tentam crescer e se aproximar do ex-prefeito Eduardo Paes (DEM), com 32% – ele lidera em todos os levantamentos.

O jornal O Estado de S. Paulo entrevistou, nas últimas semanas, os principais candidatos à Prefeitura do Rio. Crivella, no entanto, alegou mais de uma vez não ter espaço na agenda para dar entrevista, apesar de o convite ter sido feito ainda na primeira semana de outubro.

O prefeito não cresceu nas pesquisas mesmo após associar com frequência sua imagem ao presidente Jair Bolsonaro. Essa tem sido a principal estratégia da campanha do mandatário, que enfrenta críticas por sua gestão. Outra bandeira de campanha tem sido a defesa da família.

Bolsonaro, inclusive, foi tema recorrente nas entrevistas. Paes, Martha e Benedita afirmaram que vão manter diálogos institucionais com o presidente, cujo reduto político é o Rio de Janeiro.

Os três, contudo, têm posições diferentes quando o assunto é a nacionalização da campanha. A petista evoca o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem foi ministra, antes mesmo de ser perguntada. Martha Rocha, que é delegada, elogia Ciro Gomes (PDT), mas evita dar destaque ao cenário nacional. O ex-prefeito, por sua vez, diz que só quer saber do Rio e que não é cabo eleitoral de ninguém.

Outro tema abordado foi o uso de organizações sociais (OSs) na gestão de unidades de saúde do município. Grande parte das denúncias de corrupção que levaram ao afastamento de Wilson Witzel (PSC) do governo passa por essas instituições. Martha e Benedita defendem o fim da administração por meio de OSs. Paes diz que ainda não sabe se daria fim ao modelo, apesar de defender participação maior da empresa pública RioSaúde.

O jornal O Estado de S. Paulo também perguntou sobre as prioridades no âmbito da pandemia. Os três são críticos do modo como a prefeitura e o governo do Estado conduziram a crise sanitária.

Reclamam, principalmente, da falta de integração entre as duas esferas e de firmeza por parte dos gestores. No caso estadual, houve ainda os escândalos de corrupção.

Outro personagem mencionado nas entrevistas foi o governador afastado. Em 2018, Witzel derrotou Paes na eleição para o governo do Rio de Janeiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.