O esperado encontro entre o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) e Renata Campos, viúva do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto na campanha de 2014, no domingo, 19, no Recife, foi regado a café, bolo de rolo e conversas de família. O resultado foi mais um bate-papo do que uma reunião política. Rodeada de familiares – os filhos “invadiram” a varanda onde os dois conversavam -, Renata cumpriu o script da cordialidade, sem se comprometer.

Considerada herdeira da força política de Campos no Estado, Renata exerce influência direta nas decisões do PSB não só em território pernambucano, mas no contexto nacional. Aliados de Alckmin, no entanto, entendem que o apoio de Renata serviria mais sob o ponto de vista simbólico do que efetivamente eleitoral. Com políticos do partido assediados pelo DEM e pelo PMDB, a legenda pode se dividir no apoio a presidenciáveis nos Estados.

Sem a confirmação de que Lula será ou não candidato, Renata ainda não tem uma escolha a fazer. O que tornou o encontro com Alckmin exatamente o que próprio governador afirmou ao deixar a casa da família após cerca de uma hora de conversa: “foi uma visita cordial, entre amigos”. Os dois conversaram sobre política de forma genérica, mas de família nos detalhes.

Oito meses após a morte de Eduardo Campos, o tucano perdeu o filho mais novo, Thomaz Alckmin, também em um acidente aéreo. Entre um café e outro, Renata e Alckmin falaram sobre suas perdas e festejaram a esperteza de Miguel Campos, de 3 anos, que ainda era bebê quando o pai morreu.

Com a política no sangue, Miguel foi à porta cumprimentar os jornalistas ao fim do encontro, deixando claro quem foi a “estrela da festa”. De lá, Alckmin foi direto para a casa do deputado federal e ex-governador de Pernambuco Jarbas Vasconcelos e, dele sim, conseguiu mais do que um café e um bolo de rolo. O tucano saiu de lá com a promessa de contar com o apoio do PMDB estadual, com ou sem o aval de Michel Temer.

Durante os dois dias que passou no Recife, o governador paulista cumpriu agenda de presidenciável. Com o cuidado de não avançar o sinal pedindo votos, nem apresentar propostas de pré-candidato, o tucano visitou favela, foi à missa, almoçou em mercado popular e discursou a empresários locais. A 11 meses da eleição, já aceitou até tomar um copo de cerveja para “quebrar o clima”.