(Reuters) – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, expressou em discurso durante reunião de ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais do G20 preocupação do governo brasileiro com o endividamento dos países pobres e com as elevadas taxas de juros praticadas em vários países.

No discurso durante o encontro, realizado em Bengaluru, na Índia, ele também defendeu um aprofundamento das discussões sobre reformas em organismos multilaterais de crédito com intuito de canalizar recursos para o combate à pobreza, à fome e as mudanças do clima.

“Estamos preocupados sobre os níveis da dívida, notadamente entre os países mais pobres. A elevação das taxas de juros em meio à fragilidade da economia global agrava este cenário”, disse Haddad no discurso feito em inglês e cuja íntegra foi distribuída pela assessoria de imprensa do ministério.

A fala de Haddad sobre o patamar das taxas de juros acontece após uma série de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de outras autoridades do governo, incluindo Haddad, à condução da política monetária pelo Banco Central e ao atual patamar da Selic, a taxa básica de juros, atualmente em 13,75% ao ano.

De acordo com a CNN Brasil, Haddad almoçou na Índia com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que também participa do encontro do G20 e tem sido alvo de críticas de Lula, do PT e de aliados de presidente devido ao atual patamar dos juros.

Imagens feitas pela emissora em Bengaluru mostraram Haddad e Campos Neto em uma conversa descontraída com a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, nos bastidores da reunião entre as autoridades econômicas do G20.

(Reportagem de Eduardo Simões)

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