Antes de lançar o Evoque, a linha Range Rover era conhecida por ser o “carro da Rainha da Inglaterra”. Com design extremamente ousado e futurista para a época (ele foi criado em 2001), o modelo que conagrou o estilo SUV-coupé se tornou um caso raro na indústria de automóveis. Ele foi capaz de ser manter atual mesmo com o passar dos anos. E chega à sua segunda geração sem mudar tanto — ao menos na aparência. A plataforma é 99,9% nova. “Só não mudam dobradiças das portas”, diz Paulo Manzano, diretor de marketing e produto da marca. Escondidas na carroceria, as maçanetas saltam para se abrir o carro. A impressão de que houve poucas alterações se deve ao fato de o Evoque ter caído no gosto do consumidor. Para o fabricante, ele é mais que um carro de sucesso. É “o SUV compacto mais capaz e refinado do mundo”. Difícil discordar.

No quesito luxo, ele é de fato um “Range Rover compacto”. O interior tem três telas: com quadro de instrumentos, infotainment e controle dos modos de direção, som e ar. Materiais impecáveis, teto de vidro enorme, controle de cruzeiro adaptativo (a velocidade se ajusta à do veículo à frente e freia se houver obstáculos na pista), assistente de estacionamento, monitor de ponto-cego… Enfim, tudo o que existe para garantir o conforto dos ocupantes. E, no asfalto, o SUV é só elogios. O desempenho ficou ainda mais forte com a troca do motor 2.0 turbo por um novo, de 300 cv, além de um motor-gerador elétrico. Sim, este Evoque é um “híbrido leve”, que recupera energia nas frenagens para usá-la na propulsão. Assim, o SUV vai a 100 km/h em incríveis 6,6 segundos e chega a mais de 240 km/h.

Todo terreno: o painel moderno (acima) e o habitat natural: ele vai bem em qualquer piso (Crédito:Roberto Assunção)

CAPÔ TRANSPARENTE Depois de rodar pelas ruas de São Paulo e rodovias, seguimos para trilhas em Botucatu, SP, para ver se o SUV honra suas raízes. E acredite: mesmo com os pneus de asfalto, passou facilmente por estradas de terra em estado deplorável, pastos, riachos e atoleiros. Mérito da tração 4×4 inteligente com seletor de terreno. Outras novidades são o incrível “capô transparente” (uma câmera mostra o chão para evitar pedras) e o ATPC (controle de progresso todo-terreno), que mantém a velocidade programada e supera atoleiros, subidas ou descidas controladamente.

Fizemos tudo isso com um conforto inacreditável, ainda mais considerando o desempenho do SUV no asfalto. O novo Evoque, portanto, tem a mesma ultra-versatilidade de um Range Rover. Mistura luxo e valentia como poucos. E ainda é mais prático na cidade. Os preços partem de R$ 234.500 no modelo SE flex de 250 cv. O topo de linha avaliado chega a R$ 322.300. Caro? Perto de outros SUVs de mesmo preço, igualmente rápidos mas nem perto de tão capazes, isso pode até ser considerado uma pechincha.