O novo CEO da montadora japonesa Nissan para o Mercosul, o brasileiro Airton Cousseau, assumiu o cargo com uma postura distinta da maioria de seus concorrentes no País: declaradamente contra incentivos do governo. Com mais de 30 anos na indústria automotiva e oito anos na Nissan, o executivo passou grande parte da carreira por Estados Unidos, México e China. “Sou contra incentivos fiscais porque esse negócio não funciona.

A gente só precisa ter condições de competir e uma carga tributária coerente”, afirmou Cousseau, com sotaque de quem passou a maior parte do tempo fora do Brasil. “Há um velho ditado que diz que a gente tem uma economia informal que não ajuda a ninguém e uma economia formal que mata a todos”, disse. Apesar da crítica ao peso dos impostos, o CEO se diz otimista com o futuro da indústria automobilística nacional.

Além do potencial de multiplicar exponencialmente as exportações, ele aposta que as tecnologias em desenvolvimento no País serão capazes de colocar o mercado em um novo patamar muito em breve. A principal fonte de empolgação, segundo diz, é a célula de combustível produzido a partir do etanol da cana-de-açúcar, algo que para ele tem potencial comparável aos veículos elétricos. “A Nissan é a montadora que está mais perto disso”, afirmou.

(Nota publicada na edição 1224 da Revista Dinheiro)