A Nissan está pedindo aos acionistas que votem pela demissão do ex-presidente Carlos Ghosn durante uma assembléia da montadora agendada para o dia 8 de abril. O anuncio do pedido foi assinado pelo atual presidente da companhia japonesa, Hiroto Saikawa. O apelo ainda inclui a escolha do presidente da Renault, Jean-Dominique Senard, como diretor da Nissan, sob a condição de que Ghosn seja deposto.

Apesar de o brasileiro ter sido demitido da presidência da Nissan, ele manteve o cargo no conselho e só pode ser deposto com aprovação dos outros membros. Ghosn, que foi preso em novembro, foi acusado de falsificar relatórios financeiros ao declarar seus vencimentos, entre outras irregularidades. Ele foi solto na última semana ao pagar fiança de US$ 8,9 milhões (R$ 34 milhões).

O ex-presidente nega as acusações e afirma que irá provar a sua inocência no tribunal. Ele ainda foi proibido de participar de uma reunião do conselho da montadora na última terça-feira (12), já que uma das condições para sua liberdade foi o completo afastamento de suas funções e ambiente de trabalho.

Já o presidente da Renault foi um dos convidados e afirmou que a aliança com a Nissan e Mitsubishi – acordo justamente costurado por Ghosn -, se manterá firme. Aos jornalistas, ele afirma que não será diretor da Nissan, mas sim vice. Senard, que é também chefe-executivo da gigante francesa de pneus Michelin, assumiu o cargo de Ghosn como presidente da Renault depois que o brasileiro renunciou quando foi decretada a sua prisão.