(Reuters) – O governo da Nicarágua anunciou nesta sexta-feira que iniciou um processo para se desvincular da Organização dos Estados Americanos (OEA) porque o organismo hemisférico rejeitou e questionou duramente as eleições recentes vencidas pelo presidente Daniel Ortega.

A medida anunciada pelo ministro das Relações Exteriores, Denis Moncada, é uma resposta a uma resolução aprovada na terça-feira pelo Parlamento de maioria governista do país centro-americano na qual os parlamentares pediram a Ortega que refute a Carta Democrática da OEA para tirar o país do grupo.

“A OEA foi concebida como um foro político-diplomático que nasceu por influência dos Estados Unidos como instrumento de ingerência e intervenção”, afirmou Moncada em uma coletiva de imprensa para justificar a decisão.

Na semana passada, a entidade multilateral declarou ilegítimas as eleições de 7 de novembro na Nicarágua, nas quais Ortega foi reeleito para um quarto mandato consecutivo em meio a críticas duras da comunidade internacional devido à detenção prévia de vários de seus concorrentes.

Moncada argumentou que a OEA atua contra seu país e considerou que “tem como missão facilitar a hegemonia dos Estados Unidos com seu intervencionismo sobre os países da América Latina”.

Embora a saída da Nicarágua da OEA seja um gesto meramente político, alguns analistas garantem que ela deixaria o país ainda mais isolado enquanto sofre uma pressão crescente de vários outros.

Na segunda-feira, os EUA anunciaram novas sanções contra funcionários do governo de Ortega e da procuradoria nicaraguense.

(Da redação do México)

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