O diretor de Operações do Sicoob, Ênio Meinen, comemora o crescimento da concessão de crédito pelo sistema de cooperativas, mas se mostra preocupado com a possibilidade de aumento da inadimplência, caso a economia brasileira não consiga sair da crise. O executivo também afirmou que apesar de a procura por canais digitais ter aumentado muito, o Sicoob mantém em seus planos a abertura de agências em localidades onde ainda há espaço para atendimento presencial.

Qual foi o impacto da pandemia nas operações do Sicoob?
Na fase mais crítica, entre abril e junho, o impacto foi forte. Mas a partir de agosto, conseguimos voltar ao nível de operações do ano passado. Refiro-me a consórcio, cobrança, acionamento de cartões, entre outros. Mas o melhor desempenho está por conta do crédito. Isso é importante, principalmente quando a gente pensa no pequeno negócio.

E quanto o Sicoob liberou de crédito?
Neste ano, em junho, nossa carteira de crédito chegou a R$ 67,4 bilhões. O valor é 21,7% superior ao concedido no mesmo período de 2019. Empréstimos e antecipação de recebíveis chegaram a R$ 46 bilhões. Financiamentos rurais e agroindustriais atingiram R$ 17,5 bilhões. Quanto a linhas de crédito como o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) e Programa Emergencial de Acesso a Crédito (Peac), entre outras, temos hoje um estoque de R$ 4,2 bilhões com o qual atendemos cerca de 60 mil pessoas jurídicas.

O crescimento das operações de crédito preocupa nesse cenário de incertezas?
Sim, bastante. As empresas já tomaram empréstimos para passar pela pandemia. Mas se a situação econômica piorar elas podem entrar em situação de inadimplência no início do ano que vem. Por isso estamos aumentando nosso percentual de provisionamento. Girava entre 3% e 4% e agora está em 6,4%. Estamos acompanhando o mercado.

Por que manter abrir mais agências diante do aumento da digitalização no setor?
O uso de canais digitais cresceu, mas ainda temos clientes que preferem atendimento presencial. Mas não é só isso. Os bancos tradicionais estão reduzindo o número de agências e as cooperativas têm ocupado esse espaço. Há os vínculos entre a cooperativa e a comunidade que ela atende, além do que cidades menores não têm uma boa infraestrutura de internet. Em cerca de 300 municípios somos a única instituição financeira a atender a população. Enquanto for viável, nós abriremos agências.

Os canais digitais são mais acessados agora?
Até agosto deste ano foram realizadas 506 milhões de operações no Sicoob. Deste total, 85% por meio de aplicativo ou internet banking.

CAMPANHA
Bônus para quem indicar cliente

O Banco Pan, especializado em crédito e serviços financeiros para as classes CDE, está oferecendo um bônus em dinheiro para clientes que indicarem um beneficiário do INSS, aposentado ou pensionista, que deseje obter empréstimo consignado. A bonificação pode chegar a R$ 45 por contrato fechado e o pagamento é feito no início do mês seguinte à assinatura do empréstimo. Para poder fazer a indicação é preciso primeiro se inscrever no site do banco Pan e habilitar a conta digital da instituição para poder receber as bonificações. Batizado de Indique Pan, o programa também tem uma versão dedicada a pessoas jurídicas que queiram indicar clientes (pessoas físicas) para o mesmo tipo de empréstimo.

APORTE
Joinkey recebe R$ 3 milhões da pagolivre

A empresa de meios de pagamentos pagolivre investiu mais R$ 3 milhões na fintech brasileira Joinkey, que auxilia os estabelecimentos comerciais na gestão e na conciliação de suas vendas e seus recebíveis. A pagolivre já havia investido R$ 2 milhões na empresa no começo deste ano. Em pouco mais de seis meses a Joinkey soma mais de 10 mil downloads e está em uso em mais de 600 estabelecimentos. Com o aporte, prepara o lançamento de produtos, como uma plataforma de antecipação de recebíveis aberta para financeiras, fintechs e FIDCS.

Número da semana
3,4% 

Foi o crescimento do comércio doméstico brasileiro em setembro, a quinta alta mensal consecutiva, considerando-se os ajustes sazonais. Apesar disso, o avanço de setembro foi inferior aos 5,3% de crescimento registrados em agosto. Em comparação com setembro de 2019, a atividade comercial brasileira retrocedeu 10,6%. O setor que mais cresceu foi o de veículos automotores (carros, motos e autopeças), com avanço de 5,8%. A segunda maior alta foi nas vendas de móveis, eletrodomésticos, eletroeletrônicos e informática, com alta de 3,5%, e em seguida vem material de construção, aumento de 3,3%. Os dados são da empresa de informações financeiras Serasa Experian. Para o economista Luiz Rabi, ligado à companhia, o crescimento maior do setor automotivo pode ser um indicativo de que os brasileiros estão adquirindo veículos para geração de renda. “Os compradores podem estar trabalhando com transporte de pessoas e com entregas”, disse ele. Outro estudo da empresa mostra que 89,6% das parcelas de financiamento de veículos foram pagas em dia, ante 86,8% de adimplência no cartão de crédito e 86,1% no empréstimo pessoal.